quarta-feira, 30 de março de 2016

FOME

 Sinto na pele a fome do teu abraço;
o calor das palavras ditas entre o beijo e o outro beijo,
entre o olhar e o sorriso
entre o afecto e a solidão.

Fome de palavras...
das ditas e das por dizer;
das sentidas e das gritadas
das largadas ao vento e das presas nos raios de sol,
das sussurradas e das inventadas,
pérolas displicentes...
esperando o momento.

Gosto desta fome e alimento-a de mais fome...
pois é da dor que nasce o poema,
e do poema nasce a canção
com que te pinto os dias.
Pincel ou grafitte,
aguarela ou esquisso...
Pouco importa.
A fome tem muitas cores...


© Graça Costa

                                                               Lana Moes

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