terça-feira, 30 de junho de 2015

FRAGMENTOS DE PARAÍSO

Quando no teu corpo me dissolvo,
mergulho em sabores inesperados.

Não sei se menta, canela,
pimenta, açafrão,
manjerona,
ou alecrim.

Nele viajo
vagabundo,
imerso no êxtase hipnótico que a tua pele me estende.

Não sei se fuja, se arrisque ficar,
se ouse desafiar os limites desse corpo que conheço
e desconheço,
que me chama e me recusa,
me aprisiona os sentidos.

Quando no teu corpo me dissolvo,
o medo consome-me o ser.

Sinto-me frágil como borboleta de asas rasgadas.

Contigo, sou fragmento de paraíso.
Sem ti...
sem ti, nem sei bem o que serei.


©Graça Costa


                                                           Dimosthenis Prodromou

segunda-feira, 29 de junho de 2015

LET ME


Let me melt with the silence
bath me with treasured memories
lick the honey from the raindrops
and smile like a child with a new toy.

Let me melt with the silence
be your white sheet of paper
your path
your poem
yet unwritten.


©Graça Costa


                                                                      Ray Domnic

A QUEIMAR POR DENTRO

Hoje acordei a queimar por dentro,
a alma num sobressalto
e a vida suspensa
num não sei quê de esperança.

Hoje acordei com a pele em chamas
fogo no olhar
e uma generosidade no abraço
com que recebi o amanhecer.

Hoje o dia nasceu sereno
e eu renasci com ele,
mais terna,
com a suavidade de uma onda lambendo a areia
ou uma borboleta namorando a flor do verão.

Hoje,
foi um ontem com fé no amanhã,
com fé em mim.

E foi assim,
que o acordar a queimar por dentro,
foi apenas o sinal
de que aquele dia.
era dia
de ser Feliz...

©Graça Costa


                                                                by Pier Toffoletti

sexta-feira, 26 de junho de 2015

AMANHÃ

No amanhã que começa a nascer
quero que saibas que a alfazema do jardim
vibra de aromas e tons de maresia,

que a lua sorri aos amantes sem tecto
e lhes estende os braços dando-lhes uma cama de afectos,

que os olhos brilham
sedentos de sonhos ainda por sonhar
e que a vida rola
como carrossel de risos e lamentos
abraços e tormentos,
tecendo a rede
dos dias calmos
e dos dias das tormentas.

Quando o amanhã surgir no horizonte
talvez esteja nos braços do sono
ou dentro de um sonho com cheiro de alfazema
e tons de jasmim.

Se assim for, estarei sorrindo
porque os braços da lua entenderam-se para mim
e sei ...
que tu andas por perto.


©Graça Costa



RECLAMO-TE


Tem dias em que me sinto
fragmento de melancolia hesitante
bailando numa envolvente métrica de afetos,
ora abruptos
ora serenos,
ora cantantes
ora dolentes.

Nesses dias sinto cansaço
e reclamo o turbilhão da aurora,
o excesso dos sentidos,
o sabor dos beijos adiados,
o suor almiscarado dos corpos partilhados.

No fundo reclamo-te a ti…
na vereda dos sonhos,
na construção dos dias
e na desconstrução das noites.

Reclamo-te a ti,
tinta na minha pele feita tela,
deleite do olhar,
alimento dos sentidos,
fome em contramão
à espera da noite que começa.
Reclamo-te…
E sei que virás…


©Graça Costa


quinta-feira, 25 de junho de 2015

ENIGMA


Um sorriso trespassou-lhe o rosto
ao sentir o sol acariciar-lhe o corpo
como mãos de amante experiente.

Lentamente espreguiçou-se,
sentiu o desejo tomar-lhe conta do corpo e dos sentidos,
rolou sobre si mesma e deixou-se ir
adormecendo com uma imagem de entrega no olhar perdido.

Sentiu o sabor do beijo,
o toque da pele na sua pele,
o cheiro,
a textura ,
o prazer delicado e intenso,
a magia da fusão dos corpos ao luar.

Em segundos deixou de saber
se estava no sono
no sonho ou na vida,
tal a intensidade do sentir.

Não sabia, nem quis saber.

Sabia apenas que sentia
e se sentia, tinha que ser verdade.

Enroscou-se naquele corpo, de sonho ou não
e deixou a magia acontecer.

©Graça Costa









SERENAMENTE

Serenamente,
pelos caminhos da ilusão me levaste.

De leveza me vesti.
Com a brisa dancei.
Entre os nenúfares e a folhagem flutuei,
como brisa em tarde calma.

Serenamente,
pelos caminhos da ilusão
reinventei a magia de renascer
a cada passo,
a cada olhar,
a cada beijo,
a cada luar.

Toca-me, amor...
embala-me no teu peito de luz
e cobre-me o corpo com os teus lábios de espanto.

Deixa que a fome de afectos
se torne melodia outonal
e façamos da dança dos corpos
ousadia,
ternura,
paixão
loucuras sem nome
nova vida,
exaustão.

Depois...
que o sono nos tome conta do ser
e os sonhos venham vestidos de luz.
Serenamente...


©Graça Costa



                                                                 David Agendo 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

ESPERO

Sentada nas memórias da dor, tento sufocar a tua ausência.
Espero que recordes o meu aroma
e que ele te conduza até mim na escuridão da noite
onde imersa em silêncio e sombra espero por ti.

Em prece, rogo que me encontres,
que o caminho te seja leve,
que o teu corpo se abandone ao torpor dos passos
e o instinto da fome te conduza  à lembrança
dos dias em que vinhas de sorriso aberto
e sede nos olhos.

Saudades…
do calor do teu abraço,
dos beijos entrecortados de lágrimas e gemidos,
dos dias noites e das noites dia
das horas que passavam em segundos
e dos segundos que pareciam a eternidade.

Imersa no silêncio da noite, espero.

Espero...
mas não desespero,
porque se o destino não te trouxer, ainda de volta a mim,
tenho tudo o que vivi…
e o que vivi foi tanto !!!



©Graça Costa

                                                                    Lee Bloge


MIRACLES DO HAPPEN


Her lips tasted strawberry and cream
and her skin, velvet lavender and wild roses.

With bright naughty eyes
she called him.

Couldn't avoid trembling
when his lips start climbing her breast.

Couldn't avoid staring
at those sea eyes
bursting of lust and desire.

The moon appeared in the horizon
enlightening their perfect naked bodies.

Love sprout from every skin pores
and the feeling was breathtaking.

Speechless
touching paradise in every second
they stood.

Pleasure was unbearable
but unbearable was exploring that new feeling.

So... they let things go,
as the day surrender at the sight of that miracle of life.

©Graça Costa



terça-feira, 23 de junho de 2015

DEPOIS DO AMOR

Trazia o outono nos cabelos
e um prado de erva fresca no olhar.

Caminhava como se trouxesse o luar nos pés,
iluminando o caminho
e semeando sorrisos.

O corpo nu,
convidava ao deleite de noites de verão
embaladas por brisa suave
e choro de guitarras.

Entreguei-me ao entardecer,
como se pudesse parar o tempo
e sussurrei o teu nome ao vento.

Foi então que chegaste
e me cobriste o corpo de beijos
com a fome dos dias longos
e das noites por inventar.

Dei-me de novo
como da primeira vez,
sem medos nem dúvidas,
toda alma,
todo corpo,
toda luz.

Depois da explosão dos nossos corpos em chama,
enrolei-me no teu corpo de mel
e deixei o sono levar-me
até ao mundo dos sonhos e das memórias.

Sereno o sono depois do amor...

©Graça Costa


                                                              by Aurora Wienhold

segunda-feira, 22 de junho de 2015

VEM


Anda ver as estrelas,
as do céu
e as que me mareiam os olhos.

Vê como brilham na escuridão
como pirilampos assustados
em busca de colo.

Anda.
Abraça-me forte.

Deixa-me sentir o calor da pele,
arrepiada ao toque de outra pele.

Dou-te a minha paz e a minha guerra
o meu querer,
a minha fome,
o  meu desejo.

Desafio-te...

Adivinha-me o sentir
e atreve-te a  ficar.

©Graça Costa


                                                                Yuliya Vladkovska

sexta-feira, 19 de junho de 2015

FIM DE TARDE

Fim de tarde.
Sensação estranha de perda
como se do dia
restasse apenas o lento arrastar das horas.

Nem uma chama,
nem um sorriso,
nem uma nuvem em forma de pássaro a convidar ao sonho.

Fim de tarde inóspito,
avarento
preguiçoso
sem cor,
sem vida,
sem chama.

Procuro nos recantos da memória
a causa de dias assim.

Será tristeza?
Saudade?
Nostalgia de estar sem ti?

Apressa-te, fim de tarde...
abraça o sol e corre para lá do horizonte.

Deixa que do leste ou oeste distante
a noite venha com seus passos de dança lenta e insinuante.

Deixa-me fechar os olhos e adivinhar-te a chegar.
Deixa-me antecipar o calor da tua boca e o toque da tua pele.

Deixa-me agora ser triste
mas plantar um brilho no olhar.

A noite é já ali...
e tu estás a chegar.

©Graça Costa




quinta-feira, 18 de junho de 2015

EM BUSCA DE TI

Mergulhei na noite em busca de ti
do teu olhar meigo
da tua pele serena e doce
da tua paixão intensa com sabor a mel e a maresia.

Mergulhei na noite em busca de ti.
Nela encontrei o mar dos teus afectos
e nela me tornei onda para desaguar na tua praia.

E o mar sussurrou o teu nome,
a noite fez-se manto
e  a lua fez-se caminho
para os meus passos incertos
de um amor maduro.

Mergulhei na noite em busca de ti
e quando senti o teu toque na minha pele
apenas sorri e deixei-me guiar pela maresia dos sonhos,
onde a magia acontece
e a paixão ganha Luz...

©Graça Costa








PARAÍSO NO OLHAR

Trazia um vislumbre de paraíso no olhar
e na pele um cansaço de guerreiro.

Dos lábios brotavam carícias
humedecidas pela maresia das noites incertas.

No rosto trazia marcados
 os traços da dor dos dias ausentes  e a saudade…
saudade daqueles olhos
que lhe alimentavam os sentidos
 e eram a estrada que o fazia continuar.

Vislumbre de paraíso
no horizonte da fome e na magia dos sonhos.

Não sabe se chegou ou morreu…
mas no rosto plantou-se um sorriso
e dos olhos brotaram lágrimas como diamantes;
seiva de vida no horizonte da esperança.

Trazia um vislumbre de paraíso no olhar.

Guardou-o no peito
e deixou-se levar pela noite que chegava.


©Graça Costa


quarta-feira, 17 de junho de 2015

THINKING OF YOU


I think of you
and a warmth
rushes through all my body.

I think of you
and the urgency of touch
invades my being.

My soul is on fire
but the burns
are smooth and sweet.

I caress them tenderly
because I sense your arrival,
and so …I smile.


©Graça Costa


MAGIA DO SILÊNCIO

Existe no silêncio
um luar de nuvens mansas,
uma alma secreta de murmúrios vestida,
uma doçura tamanha,
que só de o prever já me embalo
no seu sentir.

Só quem conversa com o silêncio
tem alma para sentir o poema
que antes de o ser já dança na retina,
já penetra a pele com a intensidade de um beijo
e desperta a fome do amor vivido ou apenas sonhado.

Oxalá a noite me doure os sentidos,
me crave na pele a vontade de me dar
e que o canto da minha voz, não seja voz
mas pele…
sedenta de outra pele.


©Graça Costa

                                                                       by Stina Persson

terça-feira, 16 de junho de 2015

GUARDO

Guardo no olhar o rasto de luz da tua pele
deixado pela minha boca,
o gemido rouco,
o abraço forte.

Guardo no olhar o fogo dos teus olhos em súplica,
a ternura do teu toque,
o rendilhado dos afectos
e o teu sono, quase infantil depois do amor.

Guardo,
porque as memórias são pedaços de vida
mesclados por sons e sabores de momentos únicos;

Guardo,
porque guardando,
tatuo na retina
o amor que já foi chama
e hoje é apenas ternura,
mas forte e poderosa
como a alvorada,
rompendo a aurora.

©Graça Costa



AQUELE BEIJO


Aquele beijo não foi apenas um beijo.
Foi uma prece, 
oração,
rosário de promessas,
doce tentação com aroma de eternidade.

Aquele beijo tinha consigo o feitiço da lua,
a brisa do mar,
o arrepio da maresia,
o mistério do entardecer em corpos desnudados,
a doçura do mel coado em leite quente.

Aquele beijo não foi apenas um beijo.
Foi o despertar dos sentidos na fusão do olhar.
Foi a súplica da carícia à flor da pele.
Foi a dor da ausência e a antecipação do prazer.

Aquele beijo, foi magia em dó maior,
explosão de ternura no espaço sideral,
hoje guardado no cofre das memórias,
alimento de alma nos dias de solidão.


©Graça Costa



                                                                     Sara Riches



segunda-feira, 15 de junho de 2015

ANDA

Anda…
Vamos inventar um caminho novo,
desenhado  a pastel ou aguarela
melodia ou primavera,
doce e mágico como beijos roubados,
nas colinas do sonhos e da imaginação.

Anda…
dá-me a tua mão.

Deixa-me guiar-te neste mundo inventado
em que o corpo ganha voz
e a voz ganha luz,
magia e sedução.

No teu olhar sinto a urgência das marés,
o marulhar dos afectos, 
a fome por saciar.

Nas palavras por dizer,
pressinto  trilogias escritas em noites frias de inverno
ao som do crepitar  das chamas,
bebendo o vento ou dançando um bolero.

Pressinto a madrugada,
e assim fico …quieta e nua,
presa no limbo de poemas sussurrados, ao ouvido do amanhecer.



©Graça Costa

                                                              By Christina Papagianni 

PRENÚNCIO DE TI


Dormia serena
e o vento soprou-me o teu nome.

Logo, a pele ganhou vida,
o olhar , cor
e o prenúncio da vinda
encheu o quarto de cor.

Dormia serena
e não quis quebrar a magia da espera.

Fechei os olhos...
enchi o tempo de cheiros e sons,
do teu riso
do teu perfume.

Pendurei nos sentidos o desejo,
nos lábios, a fome,
no olhar, a urgência do toque
e esperei…
porque a espera é terna e doce
quando espero por ti.


©Graça Costa 

                                                 foto : FStudio - Tomar , Portugal

sexta-feira, 12 de junho de 2015

PERFUME DE POESIA

PERFUME DE POESIA

Encontrei um perfume de poesia no teu olhar.
Sem saber como defini-lo
estendi-lhe o sorriso e bebi-o,
lentamente,
em silêncio,
como se de um ritual sagrado se tratasse.

Saboreei cada trago
com a indolência da paixão imprevista.
Deixei-me levar pelo arrepio da eternidade do momento.

Encontrei um perfume de poesia no teu olhar.

Vieste sem aviso
com a força de uma maré viva
e eu recebi-te com a ternura de uma onda a beijar a areia.

Sem saber como te responder,
vesti-me de lua
coloquei nos cabelos pétalas de orvalho
e dei-me ao teu olhar em oferenda.

Depois anoiteceu…
e a noite é cúmplice de amantes inquietos.

©Graça Costa


                                                          Lykke Steenbach Josephsen

quinta-feira, 11 de junho de 2015

SLEEPLESS


Sleepless
I think you you with every inch of my body.
The skin ache
longing for your touch,
the eyes sparkle
like lonely stars
in cloudy nights.
Breathing is painful.
almost unbearable.

Need you...
like the waves need the sea,
like the night needs the twinkle of love
and the surrender of passion.

Sleepless,
I think of you
and as the dawn arises in the horizon
I almost swear I can feel your perfume.

Finally,
sleep wins the battle.
Sweetest dreams
caress my lips
and a smile slightly born
enlightens my face.


©Graça Costa


                                                                        Leigh Viner

O MEU AMOR

O meu amor,
tem mãos de silêncio rompendo a aurora.

Traz na pele a brisa do vento
e no olhar a promessa de dias calmos.

O meu amor,
traz a saudade na ponta dos dedos
e a ternura nos lábios de dor.

a mim se oferece como em oração,
despojado de tudo,
fruta madura por colher.

O meu amor,
traz colado na pele
o grito da paixão contida
e no peito o desespero da partilha.

O meu amor,
dorme no meu peito.

Bebo-lhe o semblante
e parto com ele com asas no pés,
em busca de outras paisagens
em que mesmo nua,
me sinta vestida
de paixão e de esperança.


©Graça Costa


segunda-feira, 8 de junho de 2015

SE EU SOUBESSE


Se eu soubesse definir o amor
seria triste, porque pequeno.

Se eu soubesse descrever o amor,
a pagina estaria em branco
e eu estaria a sorrir.

Como definir aquele segundo em que tudo para ?
Como descrever o arrepio na pele ?
Como dizer a doçura da tua boca?
O agridoce meio selvagem da pele molhada,
depois de me perder no teu corpo ?

Não sei…
Mas se soubesse
não o diria…

Não, não o diria.

Cada um sabe quando e como sente a magia,
a ternura,
aquela quase dor da paixão
a pele inflamada,
os sentidos em chama.

Sentido da vida em forma dual.
Prazer da descoberta
em cada dia que nasce.


©Graça Costa 


MELANCOLIA

O mar dos olhos transbordou
mas não eram lágrimas que lhe escorriam pela pele. 

Cada gota vertia afectos à tanto guardados em cama de orvalho e mel.

Talvez por isso o seu choro não fosse pranto
mas antes chuva de embalo suave e melancólico como brisa na seara.

O mar dos olhos transbordou mas ela sorriu; 
sorriu com um sorriso tão doce
como beijo roubado na penumbra do sentir.

Sentiu a maré vir ao seu encontro
e recebeu-a com silêncio de amantes em espera.

Saboreou-a…e com ela alimentou a alma naquele dia.

©Graça Costa


sábado, 6 de junho de 2015

CHUVA


Discreta a lágrima misturou-se com as gotas de chuva
que lhe caiam no rosto.

Benção...

Nelas encontrou a coragem para chamar as outras,
aquelas que tinha aprisionadas no peito à tantos Invernos.

Soltou as rédeas da alma
e no meio da avenida
deixou-a correr a tropel
chorando as prisioneiras e as outras.

Os que passavam sorriam.
Na correria do dia que passava,
não percebiam que chorava
e seguiam sem sequer olhar.


Benção,
a dor daquele dia em que rompeu as amarras,
em que reinventou o amor
por entre as gotas da chuva,
que lhe lavaram o rosto e a alma.


©Graça Costa


sexta-feira, 5 de junho de 2015

ANOITECE

O dia vai morrendo no horizonte
e esta voz que me atravessa o peito, descansa.

No sussurro do entardecer que  anoitece,
o meu mundo és tu
e a antecipação do que juntos inventamos.

Naquele espaço tempo
de magia e loucura,
transbordam marés de afectos.

Nesses momentos,
que seja eu a seiva dos teus gemidos roucos,
a saudade do que ainda vives
e a promessa de ternuras por inventar.

Anoitece
e esta voz que me atravessa
deixa de ser voz e passa a ser apenas corpo,
apenas pele
apenas...nós!

©Graça Costa

                                                            by Christina Papagianni

MEMORIES


I ear the rain outside
knocking at my door
like you once did.

Memories assault my being
and tears of joy tremble in my eyes.

Memories of those times
when time had no meaning
and the first love had the taste
of a never ending story.

I ear the rain outside
and a huge smile enlightened my face.

I wonder where you are my first love?

Life followed different paths,
but in rainy days
when I close my eyes
I hold back the years
and still scent the of blackberries
we used to eat on summer afternoons,
and I can ear our laughs
and our childish stolen kisses.

I hear the rain outside
and again I am that girl with pigtails
and ties in my hair.

Sweet memories...
blessed rain.


©Graça Costa


quarta-feira, 3 de junho de 2015

ILUSÕES


Pelo meu corpo vagueiam ilusões,
carícias de outono envoltas em luar,
pacientes e ternas como canções de ninar.

Com elas mantenho conversas eternas
daquelas que saltam estações.
 À sombra das estrelas
desenrolo sonhos,
como novelos de lã colorida
em dia de vendaval.

Por vezes parto em viagem por dentro de mim.
Viajo pelos dias e noites onde a minha história foi escrita
e em murmúrios desolados ou gemidos de êxtase
revivo e sonho,
recordo e esqueço.

E a pele responde quando a emoção se torna voz
e nos poros consigo plantar papoilas em flor.

Sem que eu peça,
o abraço nasce da sombra suspensa a meu lado.

E assim fico, abraçada em mim
orvalhando as papoilas de lágrimas,
sorrisos e afectos.

Depois vem o cansaço,
o sono
e o sonho
de um amanhã contigo a meu lado.


©Graça Costa




terça-feira, 2 de junho de 2015

PRAZER

Tomei a noite nas mãos
e fiz dela a cama fresca
para a nossa pele em chamas.

Desespero de alma
em busca do brilho no olhar
que nasce das entranhas do ser
até se tornar fome por saciar.

Tomei a noite nas mãos
e deixei-me navegar
no teu corpo feito mar,
no teu mel a transbordar.

Do olhar , fiz o poema
e do poema, magia.

Magia de noites eternas
em que te saboreio e devoro,
em que me perco e encontro
no desvario dos sentidos.

Magia...
a explosão dos corpos
que iluminam o amanhecer
e as palavras que nascem
do sussurrar do prazer.


©Graça Costa


segunda-feira, 1 de junho de 2015

EPHEMERAL


Ephemeral your smell on my skin.
Ephemeral our kissess
our touches,
our looks

Ephemeral the whispered words
and the caresses,
at sunset by the sea
or under the stars at the top of the mountain.

Ephemeral our melting bodies at nightfall.

Ephemeral ... our the days and nights together,
but eternal in my mind…

Safe box of the sweet memories
that life is made of.

©Graça Costa



                                                                  Karin Johannesson


NAS NOITES QUE PASSO SEM TI

Nas noites que passo sem ti
encho o tempo de memórias e sonhos,
nem sempre vividos
nem sempre sonhados,
mas sempre sentidos
como a força das madrugadas.

Nas noites que passo sem ti,
sou fonte de água fresca,
sou mar,
sou montanha, planície ou luar,
sou tudo o que tu quiseres...
tua cama ,
tua praia,
ou teu lar.

Nas noites que passo se ti,
o mundo gira mais forte,
na procura cega da ternura,
que mora lá fora
ou dentro de mim.

Nessas noites
sou alquimista de horas incertas,
e de amores inquietos.

Agarro a ternura com a ponta dos dedos
e na doçura da noite
construo milagres,
que até eu desconheço.

©Graça Costa