domingo, 26 de fevereiro de 2017

SE ( outro SE )

Se eu pudesse ser mar,
inundaria o teu chão com a força das marés.
Se eu pudesse ser lua,
faria um espelho de luz só para te iluminar o ser.
Se eu pudesse ser chuva,
seria alimento de pura seiva no teu corpo.
Se eu pudesse ser fogo,
envolver-te-ia num aconchego eterno.
Da fusão dos elementos,
renasceria,
qual fénix,
ou miragem de outonos silvestres,
onde morte e renascimento se mesclam,
em cada amanhecer.
© Graça Costa

FOME

Sinto na pele a fome do teu abraço;
o calor das palavras ditas entre o beijo e o outro beijo,
entre o sussurro e o grito,
entre o olhar e o sorriso
entre a entrega e a solidão.
Fome também das palavras...
das ditas e das por dizer;
das sentidas e das gritadas
das largadas ao vento e das presas nos raios de sol,
das gemidas e das inventadas,
pérolas displicentes,
esperando o momento.
Gosto desta fome e alimento-a de mais fome,
pois é da dor que nasce o poema,
e do poema nasce a paixão
com que pinto os dias que passo sem ti.
Pincel ou grafite,
aguarela ou esquisso,
pouco importa.
A fome tem muitas cores...

© Graça Costa
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

A LITTLE PIECE OF HEAVEN

I taste a little piece of heaven
each time your lips travel around my skin.

I taste a little piece of heaven
each time you touch me
and my body becomes a violin,
a piano,
a full orchestra,
or only a whisper
lost in the room.

I taste a little piece of heaven
each time I close my eyes
and let my soul fly
throughout the warmth of your embrace.

Our love is heaven in slices,
an open book with empty sheets
for us to draw,
all new world to discover.

All we have to do is believe
that soulmates ate meant to be
and that miracles need to be fed
to keep on sparkling.




©Graça Costa
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COLO


Acolhe-me no teu corpo
como se fosses berço para o meu descanso.

Embriaga-me de carícias e palavras soltas
doces, mesmo que sem sentido.

Coloca no tom da tua voz
a musica das almas cansadas
e acolhe-me no teu corpo
como se fosses mar
e eu maré,
como se fosses onda
morrendo na praia
e eu a praia para te receber.

Acolhe-me
que eu a ti me dou
sem medos nem reservas
corpo aberto ao encontro de almas
que só a ternura percebe.


©Graça Costa
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VEM

Anda ver as estrelas.
As que brilham lá longe
e as que me mareiam os olhos.

Vê como brilham na escuridão
como pirilampos assustados
em busca de colo.

Anda.
Abraça-me devagar.
Deixa-me sentir o calor da pele,
o arrepio pelo toque de outra pele;
e  deixa que a noite venha
cúmplice silenciosa
de fantasias e outras ternuras.

Anda.
Dou-te a minha paz e a minha loucura,
o meu querer,
e os meus desejos,
por inteiro,
para que os decifres.

Anda,
Adivinha-me o sentir
e atreve-te a  ficar.

©Graça Costa
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

TEIMOSAMENTE

Teimosamente,
sonhei um sonho sonhado, mil vezes adiado.
Teimosamente,
sonhei um sonho perdido na imensidão da alma,
que de tão febril se dissolveu na noite.

Teimosamente,
engano a fome, 
bebo o vento norte que me sufoca o grito,
inspiro a paixão da vida vivida
e a da ainda por viver.

E continuo,
teimosamente a sonhar 
até que as imagens se esfumem,
até que as palavras me sequem na ponta dos dedos,
até que a noite me engula o sentir,
até que...
sei lá até quando.

O tempo é coisa estranha
e eu “estranho-me” nele.
Por isso,
teimosamente persisto,
em sonhar a vida,
em ser Eu.
teimosamente EU.


©Graça Costa
eu- noutra encarnação :)




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

AQUELE FIM DE TARDE


Havia algo particularmente vibrante naquele fim de tarde,
algo embrenhado no silêncio
ganhando coragem para se soltar .

Não sei se era grito ou lamento
morte ou paixão.

Parecia um gemido perdido em busca de colo
um quê de prazer e dor,
com uma pitada de amor secreto querendo crescer.

Parecia poesia em forma de luz…

Eu sorri…tu sorriste,
pois no por de sol que morria,
algo de grande nascia.

Havia algo particularmente vibrante naquele fim de tarde.

Ninguém o sentiu…
Apenas nós.


©Graça Costa
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GOSTAVA DE TE DIZER

Gostava de poder dizer-te 
que o amor que sinto é do tamanho do universo,
mas não posso...
O universo pode ser demasiado pequeno e tenho receio de errar.
Gostava de poder dizer-te que o desejo que sinto 
tem a magia de uma manhã clara,
mas nunca fui manhã e não sei definir essa magia.
Gostava de poder dizer-te que a felicidade é eterna,
mas sei que não é...
tal como sei que as palavras que escrevo
são apenas letras pintadas de emoção
e embrulhadas de cetim.
Por isso não te digo o amor que sinto.
Deixo que o descubras 
e que o digas por mim.


©Graça Costa
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

HÁ UMA VOZ

Há uma voz cá dentro
que me dita o poema,
que me conduz a saudade da mão e do olhar...
do toque,
da entrega,
da fome
e da paixão.
 
Há uma voz cá dentro
que me conduz o sonho
e um sonho
que me conduz a ti.

A ti...
meu amor e meu chão,
meu refúgio e minha paixão.

Há uma voz cá dentro
que me encanta e me desencanta
me acolhe e me repele
numa catadupa de afectos
rolando num turbilhão.

Há uma voz cá dentro
que me dita o poema
e o poema...
não és tu nem sou eu...
somos nós,
eternamente Nós.


©Graça Costa
foto : eu noutra encarnação :)

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MANHÃ


Manhã.

Brisa suave vestida de luz
e de momentos com o sabor a beijo.

Devagar,
soletro o aroma de um café fumegante
e o dia acorda comigo
enchendo-me as memórias de aromas distantes.

Ao meu lado
o teu corpo nu
ondula como seara
enchendo o horizonte.

Sorrio,
e neste sorriso
embrulho,
todo o amor que tenho guardado,
dentro de mim.


©Graça Costa
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HOW CAN I ?

How can I overcome
the lack you your kiss?

How can I overcome
the absence of your touch?

How can I overcome
having your scent
craved on my chest
all days and nights long,
feel your skin
but being unable to hug it?

How can I overcome
these burning tears
rolling down my cheek ?

I won’t,
because I don’t want to.

These memories are my home,
my shelter,
my all,
and in the deepest corner of my heart
I know,
we can’t overcome
dreams
yet not lived.


©Graça Costa

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

OUSADIA

Ousara eu ser sol para te afagar o rosto.
Ser lágrima para te escorregar na pele.
Ser mar para te envolver na maré.
Ousara eu ser terra
para te plantar um sorriso nos lábios
sereno e suave como fim de tarde,
aconchego da noite,
celebração de amantes no esteio da vida.
Ousara eu ser maresia,
ternura,
fantasia,
ladra dos teus abraços
no turbilhão profuso dos afectos.
Ousara eu Ser
e morreria plena de mim
no teu olhar…

©Graça Costa
imagem - yossi kotler




AURORA BOREAL

Tem dias em que me sinto aurora boreal
lambendo o teu corpo,
por entre o êxtase o espanto e a magia.

Nesses dias,
componho melodias intemporais
que gravo na pele e nos sentidos.

Fecho os olhos,
e sinto as nuances coloridas do amanhecer
acariciando o corpo nu
que em jeito de oferenda te estendo
como paleta
deixando fluir a magia do pintor.

Mais tarde contemplo a obra
e por vezes sorrio.

©Graça Costa
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domingo, 19 de fevereiro de 2017

OUVE

Escuta.
Mergulha no silêncio e escuta o corpo que te fala.

Ouve o clamor da pele,
a toada triste das suas cicatrizes
quando lhes afagas o contorno da dor.

Ousa e ouve também a sua fome, os seus desejos,
a alquimia dos sentidos que a pele reclama.

Embrenha-te no silêncio da noite e ouve como ela,
ora chora, ora  canta
ora implora, ora dá,
entoando melodias por inventar.

Sem pressas, 
observa cada curva,
cada poro,
cada marca.
Sente a dança dos sentidos
e deixa-te ser pele de outra pele

Ouve,
deixa-me ser dona do teu sentir,
fundir-me na tua pele,
murmurar-te desejos de equinócios distantes,
enlouquecer de ternura,
explodir de prazer no teu ouvido.

Deixa-me explorar o limite do sentir
devagar,
serenamente,
como quem declama um poema soletrado a meia voz.

Murmúrios da pele,
sede….
desafio,
banquete de almas unidas
pela bebedeira de sentidos inquietos.




©Graça Costa
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AMIGO /A

Ainda encontro pessoas
a quem ofereço pedaço de mim
para que me os guardem
com carinho de irmão/ã.
Delas espero a presença
mesmo que fisicamente ausente,
a lembrança, que mesmo longe hei-de sentir,
o calor do abraço na horas de dor e de cansaço
Ainda encontro pessoas
que fazem com que,o não há longe nem distância
não seja mito,
mas verdade
e que as frases “ditas feitas”
venham repletas de ternura partilhada.
A essas pessoas chamo Amigo/a,
pele da minha pele
voz da minha voz
sorriso dos meus olhos
lembrança nas tuas preces.
Deles /as espero que me recordem
na sua paleta de sonhos e memórias,
e que na hora do sono me guardem
num canto macio do coração.
Quem és tu a quem chamo Amigo/a ?
Por vezes nem sei se existes...
mas gosto da construção
que faço de ti,
de como te desenho,
dos aromas com que te envolvo
e como te tenho guardado,
no baú das memórias
mesmo daquelas
que talvez nunca tenham chegado a ser dia.

© Graça Costa
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

APENAS

Abraça-me como se tudo estivesse no principio
e os teus dedos tocassem a minha pele pela primeira vez.
Apura os sentidos e decora-me o cheiro e o sabor.
Lavra-me o corpo de terra orvalhada.
Planta-me a chuva no rosto
e as sementes da paixão na pele.
Depois espera...
contempla como o teu olhar se insinua,
perante o banquete de aromas, texturas e sabores
que o meu corpo te oferece.
Sacia-te neste campo de frutos silvestres
neste mar de coral
nesta fonte de água fresca,
ou então...
abraça-me apenas.


©Graça Costa 
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

AUTO-RETRATO

Olho-me no espelho e vejo o cansaço,
a dor,
o desalento dos dias tristes.

No corpo as cicatrizes,
os sinais da luta
quantas vezes inglória e insane, 
mas sempre em busca de um melhor amanhã.

Procuro nos olhos a esperança
e nas mãos estendidas o recado silencioso,
o pedido de um abraço,
do calor de pele,
alimento para um novo dia.

Assim me visto de crepúsculo e chama,
de candura e lama
de fome,
fantasia
paixão e sinfonia.

Oleira de mim,
construo o estas mãos me permitem,
sabendo de cor,
que a obra visível 
e a sonhada
raramente é comparável
que sol e maresia
se mesclam na chama dos dias
e que eu persisto na busca de mim.

Vejo-me a cores, a grafitte ou a pastel.
Como me vêm os outros?
Não sei…
Como poderei saber?

©Graça Costa
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RASGO-ME

Rasgo-me por dentro e por fora
rasgo alma e o coração
rasgo a fúria e a razão
rasgo o querer e a solidão,
as memórias, a comoção.
Só não rasgo o sentir,
porque sem ele fico sem chão.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PORQUE ESCREVO


Perguntas-me porque escrevo,

mas não te sei responder.

Escrever é respirar

e o respirar não se explica.

Posso dizer-te que escrever me alimenta…

Que me pincela a alma de sonhos

e os sonhos de memórias.

Assim vivo…

de cheiros e toques de pele,

de fusão de corpos

e lábios de mel.

Escrevo porque sinto

e sinto porque escrevo,

reinventando-me na mescla fresca de afectos e paixões.

Não sei explicar porque escrevo,

mas quando escrevo sou livre,

neblina,

onda do mar,

arco íris de esperança

nostalgia,

primavera.

Assim me sinto

de alma e coração em espera,

misto de gente e canção,

moldando as palavras

com ternura infantil

e paixão de amante.

Ofereço-tas como pétalas de chuva

no sereno da noite

morrendo tranquilas no teu olhar.

Quem sabe assim,

talvez assim,

consigas entender porque escrevo...


©Graça Costa
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

LOVE


Love the light and warmth of being in love.
Love the glowing eyes and shiny skin.
Love the sugary breeze,
the smell of tenderness,
the caresses,
the gentle touches of skin,,
the chill in the stomach,
and even love the tears after love.

Love…
you and I
lost in the horizon of feel
escaping from the days
far from nights or dawns.

Need nothing more than your hands in my body,
nothing more than your eyes slowly undressing me,
nothing more than sleep with your arms around me
and awake with your lips writing on mi skin.

Love...
The drunkenness of being…
melody of living
written in four hands.


©Graça Costa





A QUE SABE O AMOR ?

Quem me define o sabor do amor?
A que sabe
quando acabado de fazer,
quando ainda sentimos o torpor do êxtase?
A que sabe,
aquele que morreu mas já foi chama?
A que sabe ?
Sabe a pétalas de estrelas
pontilhadas de açúcar,
pimenta e canela?
Sabe ao almiscarado da pele suada,
ao suspiro que morre lentamente na garganta
após o prazer partilhado?
Sabe a pão acabado de cozer
com manteiga derretida
escorrendo pelos lábios?
Não sei definir a que sabe o amor acabado de fazer,
mas sei de cor
as cores e texturas como o desenho.
©Graça Costa


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

NOITE

A noite estende os seus tentáculos enganadora-mente macios.

Enrosco-me nela e embalo a dor com carinho de mãe. 
Devagar,
chegas devagar, 
e de mansinho tomas o lugar da noite.

Já não sinto frio. 

O calor da pele é sempre o mais doce, 
e abandono-me nos braços da noite feita corpo. 

O sono vem.... 
e eu fico,
apenas fico.

©Graça Costa
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MAGIA DO TEU OLHAR

Hoje trago estrelas espalhadas nos cabelos,
algodão doce no coração,
abraços de ternura escondidos no peito
e o teu olhar preso na mão.
Não o largo
nem que mo peças,
quero-o todo
só para mim.
E quando o sono vier
buscar-me para o mundo dos sonhos,
coloco-o na almofada,
com ternura e com carinho,
esperando que a estrela da tarde
te ajude a encontrar o caminho.

© Graça Costa
( poema:)vagamente infantil... porque sim!!! - apeteceu-me 





domingo, 12 de fevereiro de 2017

QUE PELE VISTO


Que pele visto quando estou perto de ti?

A de veludo,
A de renda ou a de cetim ?

A frutada,
salgada,
mentolada ?
 
ou a doce, marfinada
que se derrete sob a toque dos teus dedos,
e se arrepia com o subtil calor dos teus lábios?

Que pele visto quando a noite cai
e o desejo espreita 
por entre o céu estrelado e a bênção da lua ?

Não sei...
Surpreende-me
e veste-me tu.


© Graça Costa
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

MAGIA

A noite acordou-me com os teus dedos bebendo o meu corpo.
Magia serena,
envolta em doçura e ternura extremas.
Fingi que dormia
saboreando o desejo que o teu corpo trazia.
Depois entoei o silêncio
e dele fiz melodia de oferenda.
Dei-me,
sem receio nem reservas,
sem perguntas,
sem anseios.
À madrugada roubei a luz ténue
que me conduziu ao teu abraço.
Às estrelas, o calor para adormecer o cansaço.
A noite acordou-me com os teus dedos bebendo o meu corpo.
Mais tarde,
após a magia dos corpos em chama,
veio sono
e levou-nos aos dois.
Um sorriso ficou suspenso no orvalho da manhã...

©Graça Costa
imagem retirada da web


PERDE-TE EM MIM

                       Vem morrer vivendo nos meus braços
                       Preenche com meu colo teus espaços
                       Do avesso do meu ser, faz o teu sim
                       Vem renascer de amor dentro de mim

                       Grita o aroma do desejo em flor
                       Perde-te nesta pele em cor
                       Pensa nas sombras de gemidos vãos
                       E faz dos meus lábios as tuas mãos
                     
                       Dá-me o teu beijo para que eu afague
                       Dá-me os teus olhos para que eu me afogue
                       Teu pensamento onde a minha alma cabe
                       E que o meu corpo no teu corpo acabe.

                        ©Graça Costa
                        imagem da wwb

  



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

GUARDO

Guardo no olhar
o rasto de luz da tua pele
deixado pela minha boca,
o gemido rouco,
o abraço forte.

Guardo no olhar
o fogo dos teus olhos em súplica,
a ternura do teu toque,
o rendilhado dos afectos
e o teu sono, quase infantil depois do amor.

Guardo,
porque as memórias são pedaços de vida
mesclados por sons e sabores de momentos únicos;

Guardo,
porque guardando
tatuo na retina
o amor que já foi chama
e hoje é paixão e ternura,
forte e poderosa
como a alvorada,
rompendo a aurora.




©Graça Costa
desenho do meu filho João Lourenço Costa Rosa






PROCURO

Procuro no tempo,
o tempo em que o teu olhar
era a ampulheta dos sonhos
que sonhámos juntos.

Procuro no tempo,
o tempo em que do toque da pele
nascia a magia do entardecer
e no beijo trocado,
ternura aos pedaços
guardada na memória de dias errantes.

Procuro no tempo ,
o tempo em que na escuridão da noite
segui os teus passos
e na melodia do bater do coração te encontrei.

Procuro-te no tempo que foi
e no que há-de vir
porque sem ti na minha pele
não existe amanhecer.


©Graça Costa
imagem da web


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

AMA-ME


Ao longe
a sombra de um corpo nu invadia o espaço de promessas.

Sabia o teu olhar preso em mim
e derretia-me por dentro,
antes mesmo do sabor do beijo
ou do toque suave dos dedos.

Sentia, mas não pedia nada.
Alimentava o sonho
com suaves movimentos do corpo,
como que dançando,
num convite subtil a devaneios e sonhos
vividos ou ainda por viver.

Sinto-te os passos
flutuando em direcção ao meu abraço.

Sinto-te,
mas não te quero ver...
apenas sentir,
abandonar-me em ti
qual naufrago em porto seguro.

Ama-me.

Liberta-te dos medos do amanhã que pode não vir
e ama-me,
até que a noite ceda
ao cansaço dos sentidos.


 ©Graça Costa
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