quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

PORQUE ESCREVO

Perguntas-me porque escrevo,
mas não te sei responder.
Escrever é respirar
e o respirar não se explica.

Posso dizer-te que escrever me alimenta…
Pincela-me a alma de sonhos
e os sonhos de memórias.

Assim vivo…
de cheiros e toques de pele,
de fusão de corpos
e lábios de mel.

Escrevo porque sinto
e sinto porque escrevo,
reinventando-me na mescla fresca de afectos e paixões.

Não sei explicar porque escrevo,
mas quando escrevo sou livre,
neblina,
onda do mar,
arco íris de esperança
nostalgia,
primavera.

Assim me sinto
de alma e coração em espera,
misto de gente e canção,
moldando as palavras
com ternura infantil
e paixão de amante.

Ofereço-tas como pétalas de chuva
no sereno da noite
morrendo tranquilas no teu olhar.

Quem sabe assim...
talvez assim,
consigas entender porque escrevo...


©Graça Costa


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

CAMINHANDO

Caminho,
sem medo de errar
porque comigo levo o melhor de mim
só para te dar.

Caminho,
na estrada da vida
como nos sonhos,
serena e plena de esperança
em dias que ainda não sendo, já o são.

Caminho,
com o desejo na pele
e a ternura no olhar.
Porque cada passo é magia
e cada sorriso é paixão envolto em maresia.

Caminho,
em direcção ao teu abraço,
ao teu beijo morno,
ao teu corpo brando,
feito cama para me receber.

Caminho,
sem medo de errar
porque comigo levo o melhor de mim,
todo,
só para te dar.

©Graça Costa

                                                                 Joanne Young

OLHOS

Falavam uma língua estranha aqueles olhos,
ora esmeralda
ora avelã ou azeitona de Elvas.

Falavam de afectos esquecidos,
memorias adormecidas,
sonhos perdidos nos confins da memória.

Talvez fosse medo...
medo de falar e não serem entendidos,
medo de gritar e serem acorrentados,
medo de sussurrar e ninguém ouvir,
e por isso falavam aquela língua estranha.

Estranha a língua dos eleitos,
a dos que ousam ter no peito um coração que bate
ao ritmo da neve numa noite de inverno,
e usam a melodia do amor para soletrar
as palavras que aqueles olhos falam,
mesmo quando dos lábios só ouvimos,
o embalo do silêncio.


©Graça Costa


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

VOU

Com a poeira da espera
enfrentei o corpo nu transcendente de afectos.

Que amante é esta
que o amante espera em súplica,
quase prece.

Que viver é este
prenhe de desejo,
alma na voz
e pele em chamas.

Aguardo,
com o corpo raiado de estrelas em dor
e o olhar crivado de esperança
pelo entardecer que me mereça.

No fio da noite
a brisa impele-me o voo.

Não sei se fique se ouse.
Lá longe sinto o ritmo compassado de ti,
que num sussurro hipnótico me chama.

Tremo na antecipação de te ter,
e de sorriso em riste,
vou ...

©Graça Costa










A INVENÇÃO DA ESPERANÇA

Trazia laivos de esperança espetados na dor,
memorias longínquas de gargalhadas e sorrisos
que os lábios tentavam esboçar 
na ténue tentativa do recomeço.
Trazia também o peso dos dias de noites eternas
em que implorava o sono
e na sua ausência pintava a escuridão de paisagens de luz e cor
onde sonhava acordada uma vida por inventar.
Sabia que as papoilas que trazia nos lábios
a pele de marfim e os olhos de mar
eram os seus únicos tesouros.
Sabia também que a dor a tornara guerreira.
Por isso resistia.
Por isso insistia.
E quando todos lhe negavam o olhar, sorria.
E sorria ainda mais, porque nos confins do sentir
só ela sabia que o seu refúgio de luz e cor
tinha gente dentro.
Tu habitavas por lá…

©Graça Costa


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

NOITES

Tem noites em que sinto um toque no rosto,
quase suplica,
quase dor,
quase beijo,
quase amor.

Nessas  noites sou brisa,
calma,
ternura,
alma,
conforto,
aconchego,
que o acordar não rouba
nem o dia desfaz.

Nessas noites
as horas passam como brisa em tarde calma.
O sono reclama abraço.
Recebo o dia com um sorriso na alma
e no olhar as memórias que me alimentam os sonhos


©Graça Costa


AMANTES SEM TEMPO

Partiste,
deixando-me um desejo tardio no corpo.
O, até logo, sussurrado
deixou no ar um aroma de promessas
e no olhar uma paixão por cumprir.

No beijo,
ficaram as palavras por dizer
na pele as carícias por sentir
e na alma o amor revisitado
que a noite sempre me traz.

Foi então que a magia aconteceu,
e o dia fez-se noite
somente para eu te ter.

Senti-te chegar
e sorri.

Soltei o corpo
e deslizei para o horizonte selvagem,
onde os sonhos ganham voz
pelas mãos dos amantes sem tempo.

©Graça Costa 



sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

CORPO POEMA

No teu corpo desenho poemas cantados .
A cada toque, a pele responde com um grito surdo,
meio gemido,
meio lamento
meio sussurro
meio tormento.

A cada beijo, reinvento-te,
reinvento-me,
saboreio-te como saboreio o poema,
letra a letra,
palavra a palavra,
rima a rima
ou rima nenhuma
mas lenta e suavemente como tango dançado ao luar.

Depois, volto e ler-te
e afago lentamente as palavras que te acendem a paixão.
e que te prendem a mim.

A ti me colo, meu poema
meio escrito,
por vezes gemido,
outras sussurrado,
e assim adormeço,
sem saber se durmo
ou apenas descanso
nesse teu colo feito cama,
só para me receber.

©Graça Costa
imagem retirada da web





quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

WAITING FOR YOU

Slept peacefully
and the wind blew me your name.

At once, the skin came alive.
the look became bright and colorful
and the harbinger of the coming
filled the room.

Slept peacefully
and I did not want to break the magic of waiting.

Closed my eyes ...
filled the time of smells and sounds...
of your laughter
of your perfume.

I hung in the senses the urgency of desire,
on the lips, the hunger,
in the look, the desire
and I waited...
because waiting is tender and sweet
when I'm waiting for you.


©Graça Costa

                                                          Beatrice Boyle

AO ENCONTRO DO TEU OLHAR

Numa manhã sem sol
de um dia sem tempo
tropecei no teu olhar
e ali fiquei
naquela quase esperança
quase lamento,
quase encanto.

Naquela manhã sem sol,
quebrei as amarras da dor
suspensas no teu e no meu olhar.

Delas alimentei
a fé num manhã por inventar
em que o destino tenha voz
e nos aponte o caminho

De uma manhã sem sol
fiz luta,
desafio,
milagre.

Com a alma na voz
e a ternura no olhar
toquei-te sem notar.

Beliscou-me o desejo de ficar,
o espanto,
a alegria,
o querer
e deixei-me ir
ao encontro do teu olhar.

©Graça Costa

                                                             Oliver Bartoli

NA CURVA DO AMANHECER

Na curva do amanhecer senti-te chegar.
Trazias na pele aromas distantes
e no olhar marcas de saudade
acumuladas como cansaço.

Contigo vinham também
as memórias dos dias calmos
em que nos perdíamos das horas
e renascíamos em minutos.

Senti-te chegar
e o mar dos olhos inundou-me o sentir.

No peito, o coração batia forte
e no descompasso da dor
gemia o lamento da noite.

Senti-te chegar na curva do amanhecer
e tu sentiste o beijo a florir-te na pele.
Deste-me a saudade
e eu dei-me a ti
por completo
ali mesmo
na curva do amanhecer.

©Graça Costa







quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

SEM TEMPO

Partiste,
deixando-me um desejo tardio no corpo.
O, até logo, sussurrado
deixou no ar um aroma de promessas
e no olhar uma paixão por cumprir.

No beijo,
ficaram as palavras por dizer
na pele as carícias por sentir
e na alma o amor revisitado
que a noite sempre me traz.

Foi então que a magia aconteceu,
e o dia fez-se noite
somente para eu te ter.

Senti-te chegar
e sorri.

Soltei o corpo
e deslizei para o horizonte selvagem,
onde os sonhos ganham voz
pelas mãos dos amantes sem tempo.

©Graça Costa 

                                                                         Anna Dart

BOLINA

Tem dias em que me sinto
como pena que caiu em folha à bolina.

Doce expectativa…

Qual o caminho ?
Por onde me leva a brisa?
Que aventuras me esperam ?
Que perigos?
Que desafios ?

Tem dias assim…
em que acordo em suspenso
perante o dia que desponta.

Sinto o sol na pele
e tremo.
A brisa no rosto
e sorrio.
O apelo dos afectos
e suspiro.
A tortura da tua ausência
e sonho.

Como a pena em folha à bolina
entoo ao vento a prece que me leve até ti.

Então, talvez…
apenas talvez,
consiga saciar a sede que a noite matou
e com a aurora...
renasceu.


©Graça Costa


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

NO TEU OLHAR

Por entre a neblina bebo o teu perfil
sereno e brando como brisa de outono,
quente e suave como sol a caminho de adormecer.

Imagino a minha pele cantar sob o teu toque
e quase consigo sentir o sabor da tua boca.

Fogueira e fonte,
medronho e água mel,
arrepio e gargalhada.

Nas tuas mãos sou barro por moldar,
mosto aquecido,
vulcão adormecido,
desejo em convulsão.

Chamo-te só com o brilho do olhar.

O vento entende o meu sorriso
e leva-te o meu nome até aos confins do teus ser.

Aguardo…
e a espera é doce.


©Graça Costa

                                                                  Loui Jover

PRECISO DE TEMPO

Preciso de tempo para te construir dentro de mim.

Preciso de tempo para colorir a esperança.

De ti,
recebi as tintas
com as cores da paixão e as tonalidades do amor sem tempo,
recebi os pincéis,
dedos em forma de amor
trazendo luz e calor
à escuridão dos dias incertos.

Agora...
agora preciso de tempo.

Tenho este corpo tela
suplicante de vida,
gemendo a dor e maresia da tua ausência.
Tenho também as memórias das carícias prenhes de cor e fantasia.

Apenas preciso de tempo
para te construir dentro de mim,
e depois deixar fluir o amor
de um encontro improvável que se tornou certeza,
ternura,
porto seguro,
paixão
eternamente inacabada
pelas nossas mãos.

©Graça Costa

                                                           Anna Razumovskaya

domingo, 13 de dezembro de 2015

AQUI ME TENS

Aqui me tens
de cara lavada e alma nua.
Aqui me tens ,
resplandecente de esperanças e memórias,
gritos surdos na garganta
e melodias no olhar.
Aqui me tens,
com o desejo à flor da pele
e uma girândola de afectos
pendurada no peito.

Ama-me como fores capaz.
Liberta-me das noites sem luar.
Polvilha-me o corpo de estrelas cadentes
e quando ela morrerem no horizonte,
que a tua boca seja o guia  da noite,
e o meu corpo
a tua bússola, barco e leme
numa viagem só de ida.

Aqui me tens
neste mar revolto dos dias agrestes
em que sou tranquilidade de tardes de outono,
paredes meias
com a noite que teima em não me ver.

Aqui me tens...
Ama-me se puderes,
ou então deixa-me ficar
na curva do fim da tarde
onde a morte por vezes passa
e costuma ser branda
para os corações sem dono.

©Graça Costa



LOVERS WITH NO TIME

You left,
leaving a late desire in my body.

The whispered goodbye
left in the air a scent of promises
and in the look an unfulfilled passion .

In the kiss remained the words unsaid,
on the skin, the caresses unfelt
and on the soul the revisited love
the night always brings me.

Then  magic happened,
and the day became night
only for me to have you.

I feel your arrival and just smile.

Released the body and slid into the wild horizon,
where dreams get voice
by the hands of lovers with no time to spare.


© Graça Costa


sábado, 12 de dezembro de 2015

SOUL MATES

You know what I mean
when I shiver in your arms.

You know what I mean
when you look at me
and my eyes are brighter than the stars.

You know what I mean
when I whisper your name
at dawn or at nightfall.

You know what I mean
when I softly bite my lips
and in the next second they touch yours in a warm kiss
on the back of your neck.

I know you know what I mean.

So...I hardly need words
to let you know,
that I love you,
that I want you,
that I need you
like the air that I breathe.

You know what I mean...

I mean
that I'm your soulmate
and soul mates just know
because they just feel.

©Graça Costa


HÁ UMA VOZ CÁ DENTRO

Há uma voz cá dentro
que me dita o poema,
que me conduz a saudade da mão e do olhar
do toque,
da entrega,
da fome
e da paixão.

Há uma voz cá dentro
que me conduz o sonho
e um sonho
que me conduz a ti.

A ti...
meu amor e meu chão,
meu refúgio e minha paixão.

Há uma voz cá dentro
que me encanta e me desencanta
me acolhe e me repele
numa catadupa de afectos
rolando num turbilhão.

Há uma voz cá dentro
que me dita o poema
e o poema...
não és tu nem sou eu...
somos nós,
eternamente Nós.

©Graça Costa



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

AURORA BOREAL


Tem dias em que me sinto aurora boreal,
lambendo o teu corpo
por entre o êxtase, o espanto e a magia.

Nesses dias componho melodias improváveis
que gravo na pele e nos sentidos como tatuagens.

Fecho os olhos e sinto as nuances coloridas do amanhecer
acariciando o corpo nu
que em jeito de oferenda te estendo,
como paleta à espera do fluir da magia do pintor.

Mais tarde contemplo a obra
e por vezes…
esboço um sorriso.


©Graça Costa


AQUELE BEIJO

Aquele beijo não foi apenas um beijo.
Foi uma prece, 
oração,
rosário de promessas,
doce tentação com aroma de eternidade.

Aquele beijo tinha consigo o feitiço da lua,
a brisa do mar,
o arrepio da maresia,
o mistério do entardecer em corpos desnudados,
a doçura do mel coado em leite quente.

Aquele beijo não foi apenas um beijo.
Foi o despertar dos sentidos na fusão do olhar.
Foi a súplica da carícia à flor da pele.
Foi a dor da ausência e a antecipação do prazer.

Aquele beijo, foi magia em dó maior,
explosão de ternura no espaço sideral,
hoje guardado no cofre das memórias,
alimento de alma nos dias de solidão.




©Graça Costa


AQUI

Aqui estou
no desejo do que sou
no que ficou depois de ti
no lamento da esperança que morreu
antes de ser mar.

Aqui estou
com a sede à flor da pele
e a fome escondida na razão que já não é.
História por escrever mas já sonhada,
por viver mas já sentida,
aguarelada na aurora desflorando a noite.

Aqui estou
nesta travessia de mim
em busca do nós que já fomos
e do amanhã que inventamos
em cada amanhecer.

Aqui estou
esperando a magia do toque
da tua
na minha pele.


©Graça Costa 


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

EM BUSCA DE TI

Mergulhei na noite em busca de ti
do teu olhar meigo
da tua pele serena e doce
da tua paixão intensa com sabor a mel e a maresia.

Mergulhei na noite em busca de ti.
Nela encontrei o mar dos teus afectos
e nela me tornei onda para desaguar na tua praia.

E o mar sussurrou o teu nome,
a noite fez-se manto
e  a lua fez-se caminho
para os meus passos incertos
de um amor maduro.

Mergulhei na noite em busca de ti
e quando senti o teu toque na minha pele
apenas sorri e deixei-me guiar pela maresia dos sonhos,
onde a magia acontece
e a paixão incandesce de Luz...

©Graça Costa


FRAGMENTOS DE PARAÍSO

Quando no teu corpo me dissolvo,
mergulho em sabores inesperados.

Não sei se menta, canela,
pimenta, açafrão,
manjerona,
ou alecrim.

Nele viajo
vagabundo,
imerso no êxtase hipnótico que a tua pele me estende.

Não sei se fuja, se arrisque ficar,
se ouse desafiar os limites desse corpo que conheço
e desconheço,
que me chama e me recusa,
me aprisiona os sentidos.

Quando no teu corpo me dissolvo,
o medo consome-me o ser.

Sinto-me frágil como borboleta de asas rasgadas.

Contigo, sou fragmento de paraíso.
Sem ti...
sem ti, nem sei bem o que serei.


©Graça Costa



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A PINCEL

Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
para que a dor não mate
mas apenas arranhe.

Para que o sal dos olhos descanse em maré de calmaria,
e a ausência seja luz e não maresia,
alimento, farol,
fonte de luz,
alquimia.

Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
porque em cada acordar recebo uma tela em branco
ávida de paisagens e sonhos
carícias e afectos.

Nela me perco como criança em loja de brinquedos.

Contemplo a pureza do dia que me entra nos olhos
agarro no pincel da vida,
visto-me de brisa , sol ou temporal
óleo, aguarela ou pastel
e na voragem do tempo que passa,
mergulho na obra que nasce.

Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
porque as cerdas sabem o teu nome.

Assim te tenho por inteiro e cada pincelada,
em cada sussurro, lágrima ou gargalhada.  
        
E assim,
da distância se faz presença,
da dor… magia,
da saudade…força,
do  Viver,
arte, fantasia,
poema.

©Graça Costa


À DESCOBERTA DO AMOR

Parto à descoberta do amor,
com a curiosidade infantil
do desconhecido que ainda há  em mim.

Perdi o medo de amar
porque amar é simplicidade
e a simplicidade é generosa.

Deixo fluir os sentidos,
dar se tiver vontade,
quando tiver vontade,
e receber com carinho, 
a mão estendida,
a doçura de pele que saboreio sem pressas,
a fusão dos corpos que se dissolvem
em maresia e poemas
nas noites rubras de ternura e magia.

Parto,
sem destino ou direcção.
O vento sabe o caminho 
e o meu coração , também.

©Graça Costa

                                                              Jane Davenport.

NA MINHA PELE

Ontem vesti-me de noite para me esconder da escuridão.
Hoje, apenas de pele para me perder na tua mão.

E quando a alvorada romper a noite
e a pele continuar pele
a tua mão será para ela cama,
como penas , alfazema e dossel.

Fica...
embala-me o sono
toca-me o rosto em tom de abandono
mas fica,
fica...
porque a pele chama
e o corpo reclama,
a tua pele na minha pele.


©Graça Costa


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

MEET ME

 Meet me
at the curve where the afternoon screams in pain
and the night calls affection
sung by our naked bodies.

Meet me
with the hunger of tired days
and the thirst of my skin in your mouth.

Fear not,
for the night lights up your footsteps
and guides you to this body made bed
to welcome you.

Come,
that time runs fast
and like a cascade on a stormy day
my body shakes by the simple feeling of your arrival,
the skin shines
and the look sings ...
ecstatic hymns in broad daylight.


© Graça Costa

                                                                       Lana Moes


PERFEITO

Insinuante,
o humedecer dos lábios antes do beijo.

Perfeito,
o arrepio da pele antes do toque.

Intensa,
a dor da expectativa,
quase ferida,
quase morte,
quando vida em suspenso.

Consome-me a espera
e liberta-se-me o sonho
que de tanto me aguardar descansa
na curva do fim da tarde.

O aroma dos teus passos
é melodia de afectos em construção.

Espero-te
como sempre,
fome na pele
ternura no olhar.

Sinto-te antes de te ver
e na efemeridade do momento,
quase construo
a eternidade de te ter.

©Graça Costa

                                                                      Sarah Fecteau

domingo, 6 de dezembro de 2015

SERENAMENTE

Serenamente,
pelos caminhos da ilusão me levaste.

De leveza me vesti.
Com a brisa dancei.
Entre os nenúfares e a folhagem flutuei
como brisa em tarde de calmaria

Serenamente,
pelos caminhos da ilusão
reinventei a magia de renascer
a cada passo,
a cada olhar,
a cada beijo,
a cada luar.

Toca-me, amor...
embala-me no teu peito de luz
e cobre-me o corpo com os teus lábios de espanto.

Deixa que a fome de afectos
se torne melodia outonal
e façamos da dança dos corpos
ousadia,
ternura,
paixão,
loucura sem nome
nova vida,
exaustão.

Depois...
que o sono nos tome conta do Ser
e os sonhos venham vestidos de luz.

Serenamente...


©Graça Costa



PELE / SKIN

Pele...

Tela de paixões inquietas,
magia serena em noites calmas,
ou feiticeira dos dias que nascem sem porquê.

Pele, poema.
Pele, canção.
Pele, sinfonia de outono em pleno verão.

Pele em espera.
Pele em escuta.

Pele sedenta da fonte das tuas mãos,
pequena gota de orvalho,
alimento da flor da madrugada.

Pele...
Ternura.
Silêncio.
Paz.


©Graça Costa

Skin...

Screen restless passions,
serene magic on calm nights,
or witch of the days born without reason.

Skin poem.
Skin song.
Skin, autumn symphony in midsummer.

Skin on hold.
Skin in listening.

Thirsty skin from the source of your hands,
small drop of dew,
Flower nourishment at early dawn.

Skin...
Tenderness.
Silence.
Peace.

© Graça Costa




sábado, 5 de dezembro de 2015

URGÊNCIA


Digam-me como conter a urgência ?
O que fazer quando sentes a pele rebentar de emoções,
e as palavras a borboletearem-te na cabeça,
incessantes,
intensas,
frenéticas ?

Digam-me como conter a urgência de ternura ?

Como pedir, sem pedir
lábios carnudos e sedentos de beijos
carícias, lamentos,
paixão,
a emoção do dar e receber
que antes de ser já se sente?

Digam-se, como viver sem sentir?
Porque não sei e não quero,
ser espectro errante sem alma
imagem de gente, mas não pessoa.

Digam-me como conter a urgência de amar
para que eu a acorrente
e o mar não a leve com a maré.


©Graça Costa


OUVE

Escuta.
Mergulha no silêncio e escuta o corpo que te fala.

Ouve o clamor da pele,
a toada triste das suas cicatrizes
quando lhes afagas o contorno da dor.

Ousa e ouve também a sua fome, os seus desejos,
a alquimia dos sentidos que a pele reclama.

Embrenha-te no silêncio da noite e ouve como ela,
ora chora, ora  canta
ora implora, ora dá,
entoando melodias por inventar.

Sem pressas, 
observa cada curva,
cada poro,
cada marca.
Sente a dança dos sentidos
e deixa-te ser pele de outra pele

Ouve,
deixa-me ser dona do teu sentir,
fundir-me na tua pele,
murmurar-te desejos de equinócios distantes,
enlouquecer de ternura,
explodir de prazer no teu ouvido.

Deixa-me explorar o limite do sentir
devagar,
serenamente,
como quem declama um poema soletrado a meia voz.

Murmúrios da pele,
sede….
desafio,
banquete de almas unidas
pela bebedeira de sentidos inquietos.


©Graça Costa


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PORQUE ESCREVO

Perguntas-me porque escrevo,mas não te sei responder.
Escrever é respirar
e o respirar não se explica.
Posso dizer-te que escrever me alimenta…
Pincela-me a alma de sonhos
e os sonhos de memórias.
Assim vivo…
de cheiros e toques de pele,
de fusão de corpos
e lábios de mel.
Escrevo porque sinto
e sinto porque escrevo,
reinventando-me na mescla fresca de afectos e paixões.
Não sei explicar porque escrevo,
mas quando escrevo sou livre,
neblina,
onda do mar,
arco íris de esperança
nostalgia,
primavera.
Assim me sinto
de alma e coração em espera,
misto de gente e canção,
moldando as palavras
com ternura infantil
e paixão de amante.
Ofereço-tas como pétalas de chuva
no sereno da noite
morrendo tranquilas no teu olhar.
Quem sabe assim,,,
talvez assim,
consigas entender porque escrevo...

©Graça Costa



VEM TER COMIGO

Vem ter comigo
à curva em que a tarde grita de dor
e a noite reclama o afecto
cantado pelos nossos corpos nus.

Vem ter comigo
com a fome dos dias cansados
e a sede da minha pele na tua boca.

Não temas,
que as noite ilumina-te os passos
e guia-te até este corpo
feito cama para te acolher.

Vem,
que o tempo corre veloz
e como cascata em dia de tormenta
o meu corpo treme ao sentir-te chegar,
a pele reluz
e o olhar canta...
hinos de êxtase em plena tarde.

©Graça Costa
foto : Inês Costa Araújo


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

ABRAÇA-ME APENAS

A brisa beija-me o corpo
com a suavidade de solista
em orquestra de anjos.

Da melodia,
soltam-se os sons dos sonhos
num amanhecer dourado 
e quando o sol desponta bebendo o orvalho,
sinto na pele o arrepio de acordar envolta no teu abraço.

Lá fora,
o sol de inverno,
frio e cortante,
contrasta com o calor
de um verão inventado
à medida deste sonho
criado a quatro mãos.

Por momentos,
retenho e perfeição da eternidade
e quero ficar,
só ficar.

Não…
não digas nada…
Abraça-me apenas…          

A brisa beija-me o corpo
com a suavidade de solista
em orquestra de anjos.

Da melodia,
soltam-se os sons dos sonhos
num amanhecer dourado 
e quando o sol desponta bebendo o orvalho,
sinto na pele o arrepio de acordar envolta no teu abraço.

Lá fora,
o sol de inverno,
frio e cortante,
contrasta com o calor
de um verão inventado
à medida deste sonho
criado a quatro mãos.

Por momentos,
retenho e perfeição da eternidade
e quero ficar,
só ficar.

Não…
não digas nada…
Abraça-me apenas…          

©Graça Costa
                                                                Ben Tour 

PENUMBRA

Na penumbra apenas os contornos de ti
e o respirar lento e compassado de um sono,
profundo como o mar
e leve como brisa de verão.

A teu lado,
aquela a quem roubaram o sono
e que no torpor do cansaço
te bebe a calma com um sorriso.

Contemplo-te na penumbra
e no teu rosto vejo paz.

No vai e vem do teu peito,
o colo para o meu embalo
onírico,
terno,
pueril.

Percorro-te com o olhar,
o sorriso denuncia-te o prazer.

Despertas…

Como pétalas de estio
rumo ao amanhecer
cobres-me o corpo com beijos
e a noite…
ah...a noite estende-nos o manto do sentir
para fruir...
sem limites nem pudores.


©Graça Costa

                                                                    Haydee Torres

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

MANHÃ DE PRIMAVERA

No amanhecer que desponta,
sou pássaro livre
sou fonte
sorriso aberto
espuma do vento.

Sou tudo isso
e o que mais queiras.

Por ti acordo
contigo me deito,
desejo na pele
ternura no olhar.

No amanhecer que desponta
navego serena como espuma do mar
e na fluidez dos sentidos
deixo-me enamorar pela maresia dos teus dedos na minha pele.

Fecho os olhos e nela sinto o teu toque.
Deleite dos fins de tarde
em que flutuamos rumo ao anoitecer
que por ora apenas é sonho.

Ferve-me a pele e sorrio…

Antecipação do prazer
numa manhã de primavera.




©Graça Costa

                                                                 Chelìn Sanjuan