quarta-feira, 9 de março de 2016

CORPO POEMA

No teu corpo desenho poemas cantados .
A cada toque, a pele responde com um grito surdo,
meio gemido,
meio lamento
meio sussurro
meio tormento.

A cada beijo, reinvento-te,
reinvento-me,
saboreio-te como saboreio o poema,
letra a letra,
palavra a palavra,
rima a rima
ou rima nenhuma
mas lenta e suavemente como tango dançado ao luar.

Depois, volto e ler-te
e afago lentamente as palavras que te acendem a paixão.
e que te prendem a mim.

A ti me colo, meu poema
meio escrito,
por vezes gemido,
outras sussurrado,
e assim adormeço,
sem saber se durmo
ou apenas descanso
nesse teu colo feito cama,
só para me receber.

©Graça Costa

                                                             Aurelie Salvaing

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