segunda-feira, 18 de abril de 2016

GUARDO


Guardo no olhar,
o rasto de luz da tua pele deixado pela minha boca,
o gemido rouco,
o abraço forte.

Guardo no olhar o fogo dos teus olhos em súplica,
a ternura do teu toque,
o rendilhado dos afectos
e o teu sono,
quase infantil depois do amor.

Guardo,
porque as memórias são pedaços de vida
mesclados por sons
e sabores de momentos únicos;

Guardo,
porque guardando,
tatuo na retina
o amor que já foi chama
e hoje é apenas ternura,
mas forte e poderosa
como a alvorada,
rompendo a aurora.


©Graça Costa
imagem da web


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