sexta-feira, 3 de julho de 2015

A CURVA DO FIM DA TARDE

Esperei por ti na curva da tarde
como por ti esperou a fome do sentir.

Imaginei-te a romper a neblina
lentamente, em slow motion,
saboreando cada passo que te trazia até mim.

Fechei os olhos e centrei-me nos sons,
no restolho que quebrava debaixo dos teus pés.

Mais  perto,
cada vez mais perto.
Não via , mas sentia o teu olhar preso no meu corpo
libertando-o de tudo o que te separava da minha pele.
E a pele sorria,
e o olhar vibrava
e o corpo gemia no silencio da estrada.

Por fim senti-te chegar...
resposta à suplica muda que te pedia o olhar.

Arrepio de alma na curva do fim da tarde.
Deitei-me no teu colo
e pedi ao vento para nos ensinar a voar.


©Graça Costa


                                                                 Charmaine Olivia

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