quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A CURVA DO FIM DA TARDE



Esperei por ti na curva da tarde
como por ti esperou a fome do sentir.

Imaginei-te a romper a neblina
lentamente, em slow motion,
saboreando cada passo que te trazia até mim.

Fechei os olhos e centrei-me nos sons,
no restolho que quebrava debaixo dos teus pés.

Mais  perto,
cada vez mais perto.
Não via , mas sentia o teu olhar preso no meu corpo
libertando-o de tudo o que te separava da minha pele.
E a pele sorria…
 o olhar vidrava
o corpo gemia no silencio da estrada.

Por fim senti-te chegar
resposta à suplica muda que te pedia o olhar.
Arrepio de alma na curva da tarde,
deitei-me no teu colo e deixei-me voar.


©Graça Costa




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