quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

FOME

Sinto na pele a fome do teu abraço;
o calor das palavras ditas entre o beijo e o outro beijo,
entre o sussurro e o grito,
entre o olhar e o sorriso
entre a entrega e a solidão.

Fome também das palavras...
das ditas e das por dizer;
das sentidas e das gritadas
das largadas ao vento e das presas nos raios de sol,
das gemidas e das inventadas,
pérolas displicentes,
esperando o momento.

Gosto desta fome e alimento-a de mais fome,
pois é da dor que nasce o poema,
e do poema nasce a paixão
com que pinto os dias que passo sem ti.

Pincel ou grafite,
aguarela ou esquisso,
pouco importa.

A fome tem muitas cores...


© Graça Costa

                                                        Sarah Elizabeth Lakey


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