segunda-feira, 3 de agosto de 2015

SABOR DA VIDA

Saboreio a vida como fruta madura.
Fresca, morna, quente
consoante a vontade,
o momento,
o desejo,
o querer.

Mordo-a com a languidez de um sono leve
silencioso,
sussurrante,
ou com o arrebatamento
de uma maré viva.

Mergulho no oceano agridoce do viver,
e refaço a magia da entrega.

Como esquiço em cavalete, redesenho o amor
numa alquimia perfeita de sons , aromas e sabores.

Saboreio o amor
como saboreio a vida.

Orvalhado ou solarengo
salgado, doce ou mesclado
em sucessivas viagens de eternos recomeços.

Neles…
me perco e encontro,
vestida de outono,
despida de mim.

Saboreio a vida
como saboreio o amor…
Fruta madura acabada de colher.

Alimento ou guloseima
partilhada naquela ténue dimensão
em que o amor deixa de ser palavra
e passa a ser magia,
milagre,
ousadia,
paixão.




©Graça Costa

                                                                      Agnes Cecile

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