sexta-feira, 24 de abril de 2015

NAS TUAS MÃOS


Por entre a neblina bebo o teu perfil
sereno e brando como brisa de outono,
quente e suave como sol a caminho de adormecer.

Imagino a minha pele cantar sob o teu toque
e quase consigo sentir o sabor da tua boca
fogueira e fonte,
medronho e água mel,
arrepio e gargalhada.

Nas tuas mãos sou barro
arrancado às entranhas da terra,
mosto aquecido,
vulcão adormecido,
desejo em convulsão.

Chamo-te só com o brilho do olhar.
O vento entende o meu sorriso
e leva o teu nome para além da madrugada.

Aguardo…
e a espera é doce.

©Graça Costa

                                                                      Igor Goncharov


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