OUTONO
Entrou no outono da vida
Entrou no outono da vida
com
os receios de criança,
que descobre o fascínio de andar.
Eram tantas as mudanças
que descobre o fascínio de andar.
Eram tantas as mudanças
as
que via e as que sentia,
tanto o medo, tantas as descobertas,
que atreveu-se a conhecer aquele novo Eu.
Era o corpo que se arredondava
tanto o medo, tantas as descobertas,
que atreveu-se a conhecer aquele novo Eu.
Era o corpo que se arredondava
e
reclamava, insurrecto,
espaço
e visibilidade.
Era o desejo,
Era o desejo,
que
meticuloso se adensava em mistérios e exigências,
mandão,
mandão,
soberano.
Era a volúpia dos sentidos ,
Era a volúpia dos sentidos ,
nos
gestos e na gratidão
mas também no pragmatismo de uma nova missão.
Mas era sobretudo aquela bebedeira de ternura
que lhe escorria pelos dedos,
como mel em fio sobre torradas,
ante o espanto no olhar que a fitava.
Aprendeu a gostar daquela languidez,
tranquila e sedutora como um gato ao sol,
e aprendeu a perceber que isso lhe alimentava o sorriso
e lhe coloria a esperança.
Enterneceu-se por esse novo EU
mas também no pragmatismo de uma nova missão.
Mas era sobretudo aquela bebedeira de ternura
que lhe escorria pelos dedos,
como mel em fio sobre torradas,
ante o espanto no olhar que a fitava.
Aprendeu a gostar daquela languidez,
tranquila e sedutora como um gato ao sol,
e aprendeu a perceber que isso lhe alimentava o sorriso
e lhe coloria a esperança.
Enterneceu-se por esse novo EU
e deu
consigo a pensar,
que talvez,
apenas talvez,
o Outono da vida
fosse, afinal Primavera.
©Graça Costa
que talvez,
apenas talvez,
o Outono da vida
fosse, afinal Primavera.
©Graça Costa
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