sábado, 18 de março de 2017

A REDESCOBERTA DO AMOR

Trago caladas no peito
palavras que não conheço,
afetos sem nome,
mas doces,
como amoras maduras
prontas a colher.

Nesta imensidão de mim,
escondidas na lava da vida
tenho-as guardadas,
qual tesouro,
à espera do desabrochar.

Navego por um mar que só eu vejo.

Hipnótico e sedutor 
conduz-me a ti
e eu vou sem medo,
qual criança numa loja de algodão doce.

Neste bailado de ondas e marés
firme, seguras o meu corpo,
e dele nascem claras e cristalinas
estas palavras.

Soltam-se da garganta
numa língua que desconheço,
mas isso que importa
se os meus olhos falam,
com a transparência de diamantes ao luar.
  
Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
até que o amor aconteça
hoje,
amanhã,
outro dia,
aqui,
ou em qualquer anel,
de um qualquer saturno distante.


©Graça Costa
imagem da web


Sem comentários:

Enviar um comentário