domingo, 5 de março de 2017

DILEMAS


Com os pedaços de memória
com que vou construindo este Ser,
encontro momentos de eternidade
vividos em segundos
e segundos
impregnados com a subtil da dor da eternidade.

Cravados na pele, cicatrizes.
Algumas quase pinturas,
esculturas,
ou rendas de cetim,
delicadamente tatuadas
neste corpo
livro aberto ao  amanhecer.

Gravados nos olhos,
tons e cores de viagens secretas,
vividas,
sonhadas,
bebidas,
tragadas
e na palma das mãos,
desejos guardados  ainda por revelar.

Uns parecem aves canoras,
outros,  frágeis borboletas,
temendo largar o colo
e desafiar o destino do lamento.

Não sei se largue, se esconda.
Não sei se ouse, se esqueça.

Dilemas…

Dilemas que quem vive
e ousa sentir.
Dilemas de quem grava na alma
tudo o que o coração grita.

Dilemas,
 que só quem  ama sabe dizer
quantas vezes ,
sem a palavra tocar.


©Graça Costa



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