segunda-feira, 6 de março de 2017

A ESPERA


Rasguei o peito na espera
da noite estrelada em que virias.

Vesti-me de festa,
com fios de ausência
e plena de nudez  soltei os cabelos à brisa
que te traria para mim.

A brisa veio,
carregada de silêncio e presságios febris,
ao mesmo tempo que a noite caia
pintando o céu de tonalidades vermelho sangue,
medos e sussurros magoados.

Queria sorrir, mas o sorriso morria-me na garganta.
Só os olhos falavam e diziam tudo o que eu não queira ouvir.

Fechei-os em prece
e do fundo do ser lancei um grito surdo nas profundezas da noite:

Vem amor,
Vamos escrever um daqueles diálogos tão nossos,
em que a magia dos corpos se torna melodia
sinfonia
canção
e a noite enlouquece só por nos ver passar.

Esperei…
mas só eu sei se vieste.


© Graça Costa
imagem da web


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