sábado, 26 de novembro de 2016

DEVANEIO

Percorre-me o corpo como se fosse mar
e toca-me a alma como se fosses brisa.
Desperta-me os sentidos e torna-me tua.
Bebe-me.
Saboreia-me.
Entranha-me na tua pele
e nessa mescla do tudo e do nada
de excessos e devaneios,
façamos da noite uma melodia de afectos
lânguida e suave como o amor que termina e recomeça,
qual maré,
sem cessar.
E quando o cansaço for maior que o desejo
saibamos morrer…
entrelaçados,
exaustos pelo prazer vivido
e pelo que há-de vir
quando o brilho do olhar
voltar a incendiar-nos a pele.

Graça Costa 
tela : Victor Bauer 1969


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