quinta-feira, 2 de junho de 2016

NA BEIRA DO MAR

Deixou cair o olhar num vazio impreciso
meio loucura, meio mar,
frágil como um corpo nu ao romper da aurora,
após mais uma noite entre pesadelo e  sonho.

Enleou os olhos na paisagem,
e deixou-os vaguear
perdidos no horizonte
em passos incertos,
como se o dia que raiava trouxesse prenúncio de morte.

Banhada em nostalgia,
truncada pela saudade de uma amor que nunca foi chão,
passeou pela orla do mar,
deixando a espuma das ondas tocar-me o corpo
como se fossem mãos.

Fechou os olhos, fingiu sentir o êxtase do amor por fazer
e deixou maré levá-la com o nevoeiro.

O coração dizia-lhe que estava muito para além da saudade
e o que sentia não tinha nome.
Serenidade, nostalgia,
amor, paixão, magia ?

Lançou tudo às ondas e na orla da praia esperou
o que o mar lhe traria de volta.
Esperou …
e imaginou que nome lhe daria.


©Graça Costa
imagem da web





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