Só, no meio da avenida
rodeada de gente que não me vê,
apenas o meu espírito voa livre e solto
até ao baile onde estive com o vento,
vestida de brisa, sonhos e maresia.
Emoções contidas,
sorriso aberto,
corpo em chamas,
vertigem louca,
coração amortecido.
Vestida de brisa, sonhos e maresia
escuto a melodia de outono que me envolve o corpo e o sentir
e nem noto que estou só no meio da avenida
rodeada de gente que me olha
mas não me vê.
Vagueio sem destino.
Rego o passeio de lágrimas doces e salgadas,
cristais de amores perdidos serpenteando até ao rio
para morrer no além mar.
Rito de passagem.
Dor de crescimento.
Amar e sofrer…
Solidão, emoção, cansaço.
E de repente…
um quase nada que é um quase tudo
escondido no brilho do teu olhar.
Estaco no meio da multidão que não me vê
porque para ti eu existo…
Vem…
Quero ter-te por perto.
©Graça Costa
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