sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A ESPERA

Presa à saudade esperei a noite
em que o teu peito seria cama para o meu descanso.
Vesti-me de festa, com fios de ausência
e no esplendor da nudez
entreguei o corpo à brisa
que te traria até mim.
A brisa veio,
carregada de silêncios e presságios febris,
ao mesmo tempo que o sol morria
pintando o céu de vermelho sangue,
receios e sussurros magoados.
Quis sorrir, mas o sorriso morreu-me na garganta.
Só os olhos falavam
dizendo tudo o que eu não queira ouvir.
Fechei-os os olhos em prece
e do fundo do Ser, gritei à noite
que te trouxesse até mim.
Em sonhos, escrevi na pele
um daqueles diálogos só nossos
em que a magia dos corpos se torna sinfonia.
Esperei…
E só eu sei se vieste.

© Graça Costa


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