segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PERFUME DE POESIA

Encontrei um perfume de poesia no teu olhar.

Sem saber como defini-lo,
estendi-lhe o sorriso e bebi-o,
lentamente,
em silêncio,
como se de um ritual sagrado se tratasse.

Saboreei cada trago
com a dolência da paixão imprevista,
e deixei-me levar pela eternidade do momento.

Encontrei um perfume de poesia no teu olhar.

Vieste sem aviso
com a força de uma maré viva
e eu recebi-te com a ternura de uma onda a beijar a areia.

Sem saber como te responder,
vesti-me de lua,
coloquei nos cabelos pétalas de orvalho
e dei-me ao teu olhar em oferenda.

Depois anoiteceu…
e a noite é cúmplice de amantes inquietos.


©Graça Costa

                                                                   Zhaoming Wu

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