terça-feira, 22 de setembro de 2015

DOEM-ME AS PALAVRAS

Doem-me as palavras como feridas abertas.
Gritam.
Gemem.
Sussurram.

Queimam-me o peito e afogam-me o olhar.

Sinto a alma jorrando lava,
escorrendo lenta e penosamente pelo peito
onde momentos antes os teus lábios descansavam
e o teu corpo se derretia no meu.

Doem-me as palavras,
por isso as partilho na voragem dos dias inquietos
na esperança que alguém as faça suas.

Olha…
Vê como os olhos soletram a dor do sentir.

Vê como te chamam,
a ti,
balsâmico amante
de corpos e letras.

Vem,
lambe-me as feridas
e faz com que as palavras renasçam
entre a brisa e o arvoredo da paixão.



©Graça Costa

                                                                        Graffmatt

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