quarta-feira, 29 de agosto de 2018

INTERMITÊNCIAS

Intermitente,
o sorriso após o êxtase
iluminava a escuridão como vaga-lume em noite de verão.

Inquietos os dedos dos amantes
desenhavam nos corpos
palavras imprevistas,
inventadas,
inconsequentes,
letais.

Sentiu o corpo derreter como espuma,
e o olhar preso no seu
numa suplica surda
em direcção ao recomeço.

Na intermitência do sorriso,
fragmentos de dor em suspensão
mesclados com aquele prazer doce
do amor partilhado.

Sem palavas
porque desnecessárias,
supérfluas,
apenas o sorriso permanece,
como tatuagem
gravada no rosto dos amantes sem nome,
perdidos na noite que amanhece.

©Graça Costa
imagem da web


 

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