Saboreio a vida como fruta madura.
fresca, morna ou quente
consoante a vontade, o momento, o desejo, o querer.
Mordo-a com a languidez de um sono leve
silencioso,
sussurrante,
ou com o arrebatamento
de maré viva.
Mergulhando no oceano agridoce do viver,
refaço a magia da entrega.
Como esquiço em cavalete, redesenho o amor
numa alquimia perfeita de sons , aromas e sabores.
Saboreio o amor
como saboreio a vida.
Orvalhado ou solarengo
salgado, doce ou mesclado.
em sucessivas viagens com eternos recomeços.
Neles…
me perco e encontro,
vestida de outono
despida de mim.
Saboreio a vida
como saboreio o amor…
Fruta madura acabada
de colher.
Alimento ou guloseima
partilhada naquela ténue e única dimensão
em que o amor deixa de ser palavra
e passa a ser
magia.
©Graça Costa
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