Com pedaços de memória
vou construindo este Ser.
Nela encontro momentos de eternidade vividos em segundos
e segundos impregnados com a subtil da dor da eternidade.
Cravados na pele, cicatrizes.
Algumas quase pinturas,
esculturas,
ou rendas de cetim,
delicadamente tatuadas
neste corpo, livro
aberto ao amanhecer.
Gravados nos olhos,
tons e cores de viagens secretas,
vividas, sonhadas,
bebidas, tragadas…
e na palma das mãos, desejos guardados ainda por revelar.
Uns parecem aves canoras,
outros, frágeis
borboletas,
temendo largar o colo
e desafiar o destino do lamento.
Não sei se largue, se esconda.
Não sei se ouse, se esqueça.
Dilemas…
Dilemas que quem vive
e sente tudo o que vive.
Dilemas de quem grava na alma tudo o que o coração grita.
Dilemas,
que só quem ama sente,
quantas vezes…,
sem a palavra tocar.
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