um queixume sereno e nostálgico,
como o gemido de uma guitarra
e no peito acorrentadas
as palavras que o coração lembrava
e a boca não ousava falar.
A saudade,
o silêncio e a espera,
alimentavam-lhe a alma.
Tinha na noite a companheira dos seus lamentos
e na brisa a mensageira dos sonhos.
Não sabia se algum dia
um raio de sol distante
lhe devolveria o brilho ao olhar.
Não sabia, mas acreditava
e nos momentos mais amargos
desenhava a luz e pastel
a espuma dos dias
e o semblante daquele que lhe iluminava o sentir.
Por vezes sorria,
com o seu sorriso triste,
por vezes enigmático, quase pueril
e nele fluía a serenidade
de quem sabe,
que as noites nuas de afectos
acabam sempre sós
©Graça Costa
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