Pelo meu corpo vagueiam ilusões,
carícias de outono envoltas em luar,
pacientes e ternas como canções de ninar.
Com elas mantenho conversas eternas
daquelas que saltam estações.
À sombra das estrelas
desenrolo sonhos,
como novelos de lã colorida
em dia de vendaval.
Por vezes parto em
viagem por dentro de mim.
Viajo pelos dias e noites onde a minha história foi escrita
e em murmúrios desolados ou gemidos de êxtase
revivo e sonho,
recordo e esqueço.
E a pele responde quando a emoção se torna voz
e nos poros consigo plantar papoilas em flor.
Sem que eu peça,
o abraço nasce da
sombra que paira ao meu lado.
E assim fico, abraçada em mim,
orvalhando as papoilas de soluços , lagrimas e sorrisos
perguntando a mim mesma:
Quantas vidas vivemos na ilusão de viver?
©Graça Costa
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