Trago caladas no peito
palavras que não conheço.
Afetos sem nome
como amoras maduras
prontas a colher.
Nesta imensidão de mim,
escondidas nos cantos recônditos da alma,
tenho guardadas,
quais tesouros,
estas palavras ainda por inventar.
Fujo para aquele mar que só eu vejo.
Hipnótico e sedutor
conduz-me a ti
como criança vendo arvore de caramelos.
E neste bailado de ondas e marés
onde firme seguras o meu corpo,
nascem-me
claras e cristalinas
estas palavras em forma de sorriso.
Soltam-se da garganta numa língua que desconheço,
com a transparência de diamantes ao luar
e a delicadeza de abraços infantis.
Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
e deixemos que o amor aconteça…
Hoje,
amanhã
outro dia.
Aqui…
ou em qualquer anel,
de um qualquer Saturno distante.
©Graça Costa
Loui Jover; Drawing, "never know"
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