Passeiam-me pelo corpo
As palavras.
Como mãos nuas e rugosas
de quem trabalha a terra sem luvas,
esborracham-se na tela do meu corpo feito papel,
feito cinza
ou feito mar.
Recheando os afetos de verbos,
adjectivos,
pronomes e interjeições,
como amantes experientes eu e as palavras brincamos;
Fantasiamos
Exploramos,
Gozamos
Rimos e choramos
Ou simplesmente contempla-mos…
Há algo de profundamente sensual nas palavras,
na forma de as saborear,
trincar,
adivinhar;
Na forma como as damos,
Ou Insinuamos,
Na insensatez do quase
Que não chega a ser verbo.
Passeiam-me no corpo as palavras…
Uns dias pedra,
outras cinzel.
Uns dias fome,
outros dias…
mel.
©Graça Costa
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