Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
para que a dor não mate
mas apenas arranhe.
Para que o sal dos olhos descanse em maré de calmaria,
e a ausência seja luz e não maresia,
alimento, farol,
fonte de luz,
alquimia.
Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
porque a cada acordar
tenho aos pés da cama
uma tela em branco ávida
de riscos, palavras, paisagens e sonhos.
Nela me perco como criança em loja de brinquedos.
Contemplo a pureza virginal do dia que me entra nos olhos
agarro no pincel da vida,
visto-me de brisa , sol ou temporal
óleo, aguarela ou
pastel
e na voragem do tempo que passa,
a obra nasce.
Desenho a pincel os dias que passo sem ti,
porque as cerdas sabem o teu nome.
Assim te tenho por inteiro e cada pincelada,
em cada sussurro, lágrima ou
gargalhada.
E assim,
da distância se faz presença,
da dor… magia.
Da saudade…força,
do
Viver,
arte, poema, fantasia…
© Graça Costa
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