Abraço o silêncio
na esperança de soltar o grito aprisionado no peito.
No rosto,
o martelar lancinante do vento suão,
carregado de memórias,
dores, saudades, glórias.
Abraço o silêncio
na esperança de soltar o grito aprisionado no peito;
na esperança de lavar a alma com a chuva trazida
por aquele vento profético.
Mas não...
a prece não tem resposta...
O silêncio ensurdece,
mas o grito...
ah, o grito teima em ficar
gravado no peito como tatuagem.
Ouço o crepitar do lume...
lembra os lamentos da alma ferida
naquele dia em que o grito emudeceu...
©Graça Costa
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