Não me queiras sem a minha alma
desassossegada,
sem os meus
medos e as minhas dúvidas.
Não me queiras sem o mar dos
olhos
com as suas marés
ora mansas , ora inóspitas
alegres ou tristes
intensas ou suaves como espuma na
areia da praia.
Não me queiras sem o brilho no
olhar
quando vejo um filme,
leio um livro,
ouço uma música
ou simplesmente revisito as
memórias
do ontem e do outrora.
Não me querias sem as personagens
que visto
quando a vida me corrói por
dentro e fantasio a dor.
Não me queiras sem os sonhos que
teço por entre as palavras
que me escorrem dos dedos
prenhes de ternura e saudade,
daquilo que sou,
que fui, ou
podia ter sido.
Não me queiras sem as minhas
rugas e cicatrizes.
São elas que me iluminam o
Ser
e me fazem sorrir,
quando me
encontro com a mulher que sou.
Se me conseguires amar assim,
terá valido a pena
e quando chegar ao fim da
estrada,
olharei para trás
e talvez possa partir sorrindo.
©Graça Costa
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