terça-feira, 28 de julho de 2015

FAÇAM SILÊNCIO

Façam silêncio...

Vejam o poema que nasce
naquela boca carnuda
como morango silvestre em pasto verde.

Vejam a forma como se move,
como insinua o beijo sem o dar,
como inflige dor sem tocar,
como aguça a fome sem falar.

Vejam como as palavras são excessivas,
perante uma gota de suor
descendo pelo peito,
para morrer subtilmente onde a vida começa.

Sintam a magia de uma alma consumida pelo fogo de paixão
libertando-se das amarras
para com ela escrever a melodia de um refrão.

Sintam…
mas façam silêncio
que a obra nasce sem ser pedida,
e o sabor das palavras
é apenas o tempero colorido do silêncio,
com que pintamos as telas da vida.


©Graça Costa


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