Esperei por ti na curva da tarde
como por ti esperou a fome do sentir.
Imaginei-te a romper a neblina
lenta e mansamente,
saboreando cada passo que te trazia até mim.
Fechei os olhos e centrei-me nos sons,
no restolho que quebrava debaixo dos teus pés.
Mais perto,
cada vez mais perto.
Não via , mas sentia o teu olhar preso no meu corpo
libertando-o de tudo o que te separava da minha pele.
E a pele sorria…
e o olhar brilhava...
e o corpo gemia no silencio da estrada.
Por fim senti-te chegar
como resposta à suplica muda que o olhar te pedia.
Arrepio de alma na curva do fim da tarde.
Deitei-me no teu colo e deixei-me voar.
Sem comentários:
Enviar um comentário