Profético,
o sopro poderoso da fome
serpenteia-me o corpo envolto na bruma,
lacónico,
esfíngico,
quase prece
quase súplica.
Numa emergência de afectos por saciar,
procuro no teu olhar a promessa da abundância
neste meu corpo feito terra lavrada.
Profético,
o Inverno de sementeiras
feitas pela tua mão.
Profética,
a linguagem universal do Amor,
quando arrancada das profundezas do Ser.
Esteio do caos,
perante o esplendor da vida
que começa a chegar ao amanhã.
©Graça
Costa
Federico Bebber
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