segunda-feira, 20 de abril de 2015

FLUTUO

Flutuo na melancolia dos dias incertos,
no misterioso encanto da procura
e descanso no teu colo
quando a fadiga me invade o corpo e os sentidos.

Flutuo...
Procuro no outono da vida
a serenidade do trigo ondulando ao entardecer,
liberto-me das grilhetas do sentir
e sorrio de peito aberto à descoberta de mim
perante os teus olhos atentos
e a mestria delicada das tuas mãos.

Não sei se algum dia mergulharei na aurora boreal dos sentidos,
mas insisto em vestir-me de luz e mel,
soletrar melodias de tempos distantes,
algumas ainda por inventar,
derreter-me no teu corpo
e renascer com o entardecer.


©Graça Costa


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