segunda-feira, 13 de abril de 2015

FIM DE TARDE

Fim de tarde.
Sensação estranha de perda
como se do dia
restasse apenas o lento arrastar das horas.

Nem uma chama,
nem um sorriso, 
nem uma nuvem em forma de pássaro a convidar ao sonho.

Fim de tarde inóspito,
avarento
preguiçoso
sem cor, 
sem vida,
sem chama.

Procuro nos recantos da memória 
a causa de dias assim.

Será tristeza?
Saudade?
Nostalgia de estar sem ti?

Apressa-te, fim de tarde...
abraça o sol e corre para lá do horizonte.

Deixa que do leste ou oeste distante
a noite venha com seus passos de dança lenta e insinuante.

Deixa-me fechar os olhos e adivinhar-te a chegar.
Deixa-me antecipar o calor da tua boca e o toque da tua pele.

Deixa-me agora ser triste 
mas plantar o brilho no olhar.

A noite é já ali...
e tu estás a chegar.

©Graça Costa


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