Sensação estranha de perda
como se do dia
restasse apenas o lento arrastar das horas.
Nem uma chama,
nem um sorriso,
nem uma nuvem em forma de pássaro a convidar ao sonho.
Fim de tarde inóspito,
avarento
preguiçoso
sem cor,
sem vida,
sem chama.
Procuro nos recantos da memória
a causa de dias assim.
Será tristeza?
Saudade?
Nostalgia de estar sem ti?
Apressa-te, fim de tarde...
abraça o sol e corre para lá do horizonte.
Deixa que do leste ou oeste distante
a noite venha com seus passos de dança lenta e insinuante.
Deixa-me fechar os olhos e adivinhar-te a chegar.
Deixa-me antecipar o calor da tua boca e o toque da tua pele.
Deixa-me agora ser triste
mas plantar o brilho no olhar.
A noite é já ali...
e tu estás a chegar.
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