quinta-feira, 9 de abril de 2015

A TI ME ENTREGO


Filha da terra
me entrego ao rio de energia que banha o sentir
e me enche o corpo de luz,
fome de partilha,
cor e aroma de paixão.

Pobre de quem vive sem viver.
Pobre de quem ama sem sofrer.
Pobre de quem ouve sem escutar.

Filha da terra me entrego  à vida.
Barro a ser moldado pelo sentir,
pelas  tuas mãos feitas extensão de mim.

Filha do Universo sou.
Partícula de amor suspenso,
difuso,
cristalino,
elemento dos elementos
com que a vida se constrói.

De amor me visto.
Nua me entrego.
Toma-me... e torna-me tua,
até à eternidade do amanhã por inventar.


©Graça Costa


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