Trago caladas no peito
palavras que não conheço,
afetos sem nome,
mas doces,
mas doces,
como amoras maduras
prontas a colher.
Nesta imensidão de mim,
escondidas na lava da vida
tenho-as guardadas,
qual tesouro,
à espera do desabrochar.
Navego por um mar que só eu vejo.
Hipnótico e sedutor
conduz-me a ti
e eu vou sem medo,
qual criança numa loja de algodão doce.
Neste bailado de ondas e marés
firme, seguras o meu corpo,
e dele nascem claras e cristalinas
estas palavras.
Soltam-se da garganta
numa língua que desconheço,
mas isso que importa
se os meus olhos falam,
com a transparência de diamantes ao luar.
Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
até que o amor aconteça
hoje,
amanhã,
outro dia,
aqui,
ou em qualquer anel,
de um qualquer saturno distante.
©Graça Costa
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