Se a chuva te lamber o
rosto,
despe-te de tudo o que é
dor,
das angustias,
dos temores,
dos sonhos adiados ,
da fúria,
do desencanto,
despe a roupa,
despe a alma,
e no esplendor da nudez
recebe as gotas da chuva,
como pérolas
no teu corpo.
Depois.
dá-as a beber
qual elixir de esperança,
num amanhã
por inventar.
© Graça Costa
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