Falavam uma língua
estranha aqueles olhos...
ora esmeralda
ora avelã azeitona de
Elvas.
Falavam de afectos
esquecidos,
memorias adormecidas,
sonhos perdidos nos
confins da memória.
Talvez fosse medo...
medo de falar e não serem
entendidos,
medo de gritar e serem
acorrentados,
medo de sussurrar e
ninguém ouvir...
Falavam, por isso aquela
língua estranha,
a dos que ousam ter no
peito
um coração que bate ao
ritmo da neve numa noite de inverno,
dos que usam a melodia do
amor
para soletrar as palavras
que aqueles olhos falam,
mesmo quando dos lábios
só ouvimos,
o embalo do silêncio.
©Graça Costa
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