No dedilhar do piano
imaginei o beijo,
doce,
carnudo,
sumarento como amora madura
degustada à beira do mar.
Fechei os olhos
e no embalo das notas
o beijo ganhou forma,
límpida e cristalina como gota de orvalho
no despontar do amanhecer.
Com o beijo nasceu o sorriso,
e com o sorriso o abraço
e com o abraço o enlaço.
Sereno e algo travesso estampou-se no rosto
percorrendo o corpo,
com a inocência
de uma primeira vez.
© Graça
Costa
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