Deixou cair o olhar num
vazio impreciso
meio loucura, meio mar,
frágil como um corpo nu
ao romper da aurora,
após mais uma noite entre
pesadelo e sonho.
Enleou os olhos na
paisagem,
e deixou-os vaguear
perdidos no horizonte
em passos incertos,
como se o dia que raiava
trouxesse prenúncio de morte.
Banhada em nostalgia,
truncada pela saudade de
uma amor que nunca foi chão,
passeou pela orla do mar,
deixando a espuma das
ondas tocar-me o corpo
como se fossem mãos.
Fechou os olhos, fingiu
sentir o êxtase do amor por fazer
e deixou maré levá-la com
o nevoeiro.
O coração dizia-lhe que
estava muito para além da saudade
e o que sentia não tinha
nome.
Serenidade, nostalgia,
amor, paixão, magia ?
Lançou tudo às ondas e na
orla da praia esperou
o que o mar lhe traria de
volta.
Esperou …
e imaginou que nome lhe
daria.
©Graça Costa
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