sábado, 6 de junho de 2015

CHUVA


Discreta a lágrima misturou-se com as gotas de chuva
que lhe caiam no rosto.

Benção...

Nelas encontrou a coragem para chamar as outras,
aquelas que tinha aprisionadas no peito à tantos Invernos.

Soltou as rédeas da alma
e no meio da avenida
deixou-a correr a tropel
chorando as prisioneiras e as outras.

Os que passavam sorriam.
Na correria do dia que passava,
não percebiam que chorava
e seguiam sem sequer olhar.


Benção,
a dor daquele dia em que rompeu as amarras,
em que reinventou o amor
por entre as gotas da chuva,
que lhe lavaram o rosto e a alma.


©Graça Costa


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