meu conforto,
meu espanto.
Com elas me visto,
me dispo,
canso e descanso.
Com elas brinco e com elas me alimento.
Do amor que brota de cada letra,
de cada acento,
de pausa, abrupta ou suave
leve como carícia,
profunda como cicatriz.
Do embalo
das palavras nasce o poema.
De espanto
em espantorecomeça o canto.
De canto em canto,
recupero o espanto
a que me entrego sem rede,
como lamento vogando na corrente da esperança.
Junto-as
todas.
E nesta
dança desencontrada de letras e sonsneste lamento de enganos e desenganos,
construo o poema,
que sereno me invade,
e te invade também,
a ti que o acolhes
no despontar do dia
ou na vereda escarlate,
na noite sombria
ou num sonho... sem tarde.
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