quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

ETERNIDADE


Sinto a eternidade gravada

em cada poro de pele

que se abre ao êxtase do teu toque;

em cada olhar partilhado,

em cada arrepio, ainda que fugaz,

em cada memória do que tivemos um dia e deixou chama,

em cada até breve

imerso em nostalgia e cansaço.

 
Sinto a eternidade gravada

em cada palavra sussurrada,

que se desfaz num arquejo ou num soluçar ligeiro,

doce e suave como uma dádiva,

melancólico como o entardecer sem amanhã.

 
Nesta eternidade ao segundo, ficamos.

Como canção lançada ao vento, ficamos,

entrelaçados na rima,

envoltos em melodia e cansaço,

para lá do medo

para lá de tudo

para lá do fim.

 
Apenas nós,

perdidos no fragmento do tempo que passa.

 
©Graça Costa
 
 

 

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