Trago caladas no peito
palavras que não conheço,
afectos sem nome
e dores em dono.
Na imensidão de mim,
guardadas como tesouros,
estas palavras ainda por inventar
envolvem-me o sentir
qual brisa de fim de tarde.
Recolho-me e sinto-lhes o ritmo.~
Hipnótico e sedutor conduz-me a ti
e ao bailado de ondas e marés
com que me consomes o corpo
e me envolves a alma.
Assim,
deixo que nasçam,
claras e cristalinas
estas palavras que em forma de sorriso
ou de brilho no olhar enchem o horizonte de memórias.
Soltam-se da garganta numa língua que desconheço,
com a transparência de diamantes ao luar
e a delicadeza de abraços infantis.
Depois,
assim ficamos,
embebidos no néctar deste tango falado,
agora inventado,
à espera que o amor aconteça… mais uma vez
©Graça Costa
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