quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

AUTO-RETRATO

Olho-me no espelho e vejo o cansaço,
a dor,
o desalento dos dias tristes.

No corpo as cicatrizes,
os sinais da luta
quantas vezes inglória e insane, 
mas sempre em busca de um melhor amanhã.

Procuro nos olhos a esperança
e nas mãos estendidas o recado silencioso,
o pedido de um abraço,
do calor de pele,
alimento para um novo dia.

Assim me visto de crepúsculo e chama,
de candura e lama
de fome,
fantasia
paixão e sinfonia.

Oleira de mim,
construo o estas mãos me permitem,
sabendo de cor,
que a obra visível 
e a sonhada
raramente é comparável
que sol e maresia
se mesclam na chama dos dias
e que eu persisto na busca de mim.

Vejo-me a cores, a grafitte ou a pastel.
Como me vêm os outros?
Não sei…
Como poderei saber?

©Graça Costa
imagem da web




Sem comentários:

Enviar um comentário