Tem dias em que viajo ao
interior de mim
na esperança de encontrar
a criança que fui.
Dela guardo
memorias,
algumas saudades,
pequenos afectos,
sonhos que nunca foram
pele.
Guardo também cicatrizes.
Lágrimas ,
lutas e coragens,
cheiros, poemas, imagens,
tatuagens gravadas na
pele
que ao toque recorda
a criança que fui,
a mulher que sou.
E se tivesse seguida
outras estradas?
Se o acaso,
o destino
um brilho de olhar,
um sorriso,
uma qualquer pedra no
caminho,
me fizesse mudar o curso
desta história
tecida a pincel
martelo e cinzel?
Com o barro dos dias
fui construindo a canção
o embalo dos dias,
a janela do coração.
E assim me tornei
maré viva,
turbilhão,
peróla,
gema,
madrugada,
solidão,
beijo,
carícia,
paixão.
Uns dias serena.
Outros dias,
não…
©Graça Costa
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