Às vezes gostava de ser
chuva,
ou sol,
ou vento, ou mar,
sem lágrimas, sem risos,
sem dores,
apenas chuva miudinha,
brisa, maresia,
sol morno de primavera,
mar sereno na sua imensa
vastidão de azul.
Mas não....
vim ao mundo em forma de
corpo,
com olhos, pele e
inquieto coração.
Por sua causa sinto,
choro, rio, espero,
imploro.
Contudo, pensando bem,
no fundo, no fundo, nem
quero ser diferente,
porque é no Sentir que me
transformo ,
é com o olhar que que me
alimento,
é com o coração que que
me encontro e reinvento.
Comigo, contigo,
com o belo e o horrível,
com a chama e a maresia,
com a violência e a
calmaria,
com a mentira e a ironia,
mas, sempre com o
imprevisto da descoberta em cada dia,
em que posso ser chuva,
em que posso ser sol,
em que posso ser mar,
mas sobretudo em que posso
Amar,
e vibrar com cada
amanhecer.
© Graça Costa
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