Saboreio a vida como fruta madura.
Fresca, morna, quente
consoante a vontade,
o momento,
o desejo,
o querer.
o momento,
o desejo,
o querer.
Mordo-a com a languidez de um sono leve
silencioso,
sussurrante,
ou com o arrebatamento
de uma maré viva.
Mergulho no oceano agridoce do viver,
e refaço a magia da entrega.
Como esquiço em cavalete, redesenho o amor
numa alquimia perfeita de sons , aromas e sabores.
Saboreio o amor
como saboreio a vida.
Orvalhado ou solarengo
salgado, doce ou mesclado
em sucessivas viagens de eternos recomeços.
Neles…
me perco e encontro,
vestida de outono,
despida de mim.
Saboreio a vida
como saboreio o amor…
Fruta madura acabada de colher.
Alimento ou guloseima
partilhada naquela ténue dimensão
em que o amor deixa de ser palavra
e passa a ser magia,
milagre,
ousadia,
paixão.
milagre,
ousadia,
paixão.
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